Búzios, 07 de setembro de 2000.

Se me calo, consinto

Com o que não concordo.

Portanto detesto o fardo.

 

Coragem não tem

Escondo-me, me abrigo

Dentro do meu mundo...

 

Se não te vejo

Tento não encontrar

Uma forma de estar perto

 

Fujo da luz que te ilumina

Que me causa desespero e dor

Estou indo embora agora.

 

 

 

Búzios, 07 de setembro de 2000.

Ainda espero você aqui na praia

Espero que hoje me olhe nos olhos

Que saia desse quiosque montado com folhas de coco

Onde vive a maior parte do seu dia

De onde vem o seu sustento, eu sei

Estou aqui na areia escaldante desse dia de verão

Tentando ver os seus olhos escondidos entre os seus cabelos

Seus músculos, entoados por trás dessa camisa apertada

Espero que venha falar comigo

Fico fingindo que não te vi para não dar o primeiro passo

Gosto do mistério que pensa a meu respeito

Búzios, 06 de setembro de 2000.

Está triste a minha alma

Ela que sempre insiste em adoecer

Quando de amor se trata.

 

Com juras e mentiras

De falta de paz

E de excesso de palavras.

 

É terna e suave

Essa forma ingrata de amor

Que se esconde.

 

Se achar o caminho

É ter que sofrer e sentir dor

Não mais me atrevo.

 

Esgotam-se minhas energias

Só sobraram atritos

E não mais quero viver em ruínas.

 

Búzios, 06 de setembro de 2000.

Passou por mim um desconhecido

Sem eu perceber de mim tomou conta

Tirou toda a minha atenção

 

Não sei se foram os seus olhos

Brilhantes como verniz

Um castanho perolado, indecisos...

 

Cabelo cor da terra

Que escondem olhares perdidos

Disfarçados de menino

 

Poderia ser qualquer um, mas não é

Não sabe a tentação que é

O nome pra mim é o de menos, pois é.

 

Búzios, 06 de setembro de 2000.

Se o cheiro é sinal de verdade

Sinto a sua, pois o seu não sai

Não sai de mim, nem que eu tente.

 

Se ficar triste é lamentar

Lamento agora

Por longe de ti estar.

 

Não é a distância, é o medo

Ficar longe, te perder

Não aguentar o vazio.

 

É difícil tentar entender a perda

O que ainda não temos

Querer e não poder.

 

Imaginar e não compreender

Jogar por jogar

E perder novamente, por não entender o jogo.

 

 

Rio, 03 de abril de 1999.

Pensamentos meus...

Coisa essa que não consigo evitar

Coisas que voam da cabeça para alma

Que deixam meu coração confuso

Que fazem da alma um meio de transporte

Para que o amor consiga chegar até mim

Do jeito mais rápido possível

Que faz da minha razão uma bagunça

Invade meu corpo como um carrossel de sensações

Mexe na cicatriz que havia sarado

E a faz sangrar novamente com sua presença

Não quero enxergar seu nome no meu destino

Quero escrever minha própria história

Rio, 18 de junho de 1998.

Estar com você

É sentir a paz entrar de vez em mim

 É fechar os meus olhos

E sentir você sem tocar

É sentir-me segura enfim

Sempre quando estamos juntos

É ter lindos sonhos

Por estar apenas me sentindo feliz

E o meu motivo para sentir essa felicidade é você

É não ter que me defender

Mais de nenhum dos meus sentimentos

Não precisar escondê-los do mundo

É abrir de vez a porta do meu ser para o amor

É completar o vazio com sentimento puro

E me lembrar todos os dias

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