Esses costumes

Acostumei-me às propostas
 
deste destino tão fiável
 
que nos acontece assim
 
esquivo, suspeito
 
desorganizando-nos insaciáveis
 
 
Não quero mais que as manhãs
 
se escondam lá no arquivo
 
dos teus céus azuis
 
onde adormeço feliz conciliável
 
Quero somente
 
embaralhar-me nos teus braços
 

Cartas que nunca leste

 
Escrevo-te na esperança que estas palavras sejam o conforto da minha ausência.
Desde que partiste o meu pensamento é exclusivo ao teu retorno.
O ar tornou-se pesado,cansado, dificil de o respirar.
Ontem tentei sorrir, falhei. Levaste-o contigo. 
As lágrimas que escorrem sem cessar vão apagando os poemas que escreveste entre as linhas do meu corpo.
A chama desta última vela que me guia, não será eterno o seu fulgor.

Talvez...

Hoje estou envolta numa singelidade absurda.

Lá fora a noite proclama a desertificação das ruas ...

Em mim uma estranha felicidade perdura

Celebrando a união de alheias sensações a dádivas cruas.

 

Os meus pés percorreram outrora becos sombrios.

O coração permaneceu anos encurralado.

Ansiei o inexistente amor em caminhos frios...

Perdi-me no meu eco, jurei-me arrependida por ter amado...

 

Agora somente procuro a pureza da alva felicidade...

Amo a linha do horizonte e este Mar

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