a concha entreaberta
Autor: António Tê Santos on Monday, 26 June 2023as fronteiras que transponho para fomentar um modo pacífico de viver... as imposturas que esclareço para banir quem penetra na minha aprazível solidão... as manobras que engendro para suprimir os meus pensamentos malvados...
Sentidos aguçados
Autor: Willian Schutz on Monday, 26 June 2023
Cortina de neblina manchando o céu
a concha entreaberta
Autor: António Tê Santos on Monday, 26 June 2023a relevante evolução da poesia quando agasalha os nossos ideais; quando escorraça as comoções que nos atribulam; quando incide sobre os relatos sórdidos da nossa natureza; quando nos afasta das dúvidas metódicas que vai elucidando.
a concha entreaberta
Autor: António Tê Santos on Sunday, 25 June 2023ecoam no meu pensamento os testemunhos do obscurantismo humano; a dimensão primitiva das suas contendas; os seus préstimos baldados para robustecerem as afeições; as crenças inúteis que inventam para mitigarem a sua brutalidade.
a concha entreaberta
Autor: António Tê Santos on Sunday, 25 June 2023louvo a poesia porque ela robustece os meus ideais falidos; as transfigurações da minha alma e os meus sigilos candentes; a busca dum patamar duradouro para a minha idealidade.
Pensar inflama a minha natureza
Autor: Reirazinho on Saturday, 24 June 2023Ignore tudo o que eu disse anteriormente, sou uma massa corpórea de insolúveis contradições. Meus pensamentos são faíscas de fogos: nascem duma aleatória emoção. Se bagunçam nas miríades correntes de ar, e quando menos espero, uma torrente ígnea incendeia meu corpo. Torno-me um bosque soturno, friento como eu, mas desmatado. A piromania filosófica se absorta pelos meus olhos saltados. E dito isso, a chuva esmaece violando minha introspecção.
Leia-me ou devoro-te
Autor: Reirazinho on Saturday, 24 June 2023Escrevo para poluir o ar, para esfumaçar como num turíbulo a minha palavra. Sou um padre das liturgias sangrentas. A missa na qual comando, os fiéis são os meus sentidos. O tato demonstra o que espero: tocar-te no ventre dos teus segredos mais íntimos. Ser tão profundo quanto o abissal mar de tua individualidade. Sou uma musa já quase nua para o teu deleite, e para meu desejo, apenas o teu sentir mais puro. Tocarei tua lira d'alma e assim jamais me esquecerá.
Culpa
Autor: Reirazinho on Saturday, 24 June 2023A Ouroboros dos gatilhos
retorna ao meu emocional exausto,
estou na cela açoitado por mim,
conjugado e repetível errático,
meus pecados são autofágicos.
E nesta alvura noite decadente
tua brochura leio com dor,
escura e desprezível miséria
contemplando a luz dos vazios;
Não esvanecendo a minha culpa.