Sabor atónito

Eis-me aqui
 
em ti pernoito
 
na morada do mesmo silêncio
 
ousando errático um gracejo
 
plasmático teu
 
Nos braços ávidos deportar
 
os afáveis e fecundos méritos
 
de uma eternidade sem fim
 
onde te cortejo
 
estupefacto e consolado
 
sem nada mais que o teu sorriso
 
assim me afague abrasivo

Desejo

Despe-te de preconceito Pega em mim com jeito Passa da caricia ao beijo Faz de mim o teu desejo Saboreia a minha pele Lambuza-me com o teu mel Pinta minha vida sem cor Com as cores do amor Se achares que isto é demais Deste muito há muito mais

Elegia

Procurei  respostas
 
fragmentadas em ti
 
elaborei na religião do tempo
 
um sacrifício temperado por
 
palavras lavradas na simpatia
 
dos nossos desejos
 
 
– Soergui aquele sensual paraíso
 
onde nos envenenamos de paixão
 
sem mais encontrar outro antídoto
 
que não
 
desfrutar-te eloquente
 

PRELÚDIO

“” Ser feliz eu entendo 
Como riso sem remendo
E horas pra gargalhar...

Ser feliz eu presumo
Seja da vida o sumo
Do perfeito desejar.

Ser feliz pode até ser 
Bem mais que só querer
É outono em frente ao mar

Ser feliz é assim mesmo
É sonhar e ver a esmo
Indo embora solidão 

Ser feliz é ter o tempo
No prelúdio pensamento
De te amar até morrer...””

Pages