"Palavra diária que me consomes,

agradeço a ti que sempre me acompanhaste em todos os percursos

Eu me sinto meio cigano,

Nômade no palco das letras,

Buscando do alfabeto as tetas

Para retratar meus desenganos.

Sentimento lúgubre jaz e plana

Sobre as pétalas da inspiração,

As palavras tecem versos em vão

Que se perdem em estradas ciganas.

Pontuações me alucinam, fico tonto,

Entre as vírgulas da vida me defronto

Com labirintos que são becos sem saída...

Intensa morbidez governa meu corpo

Flagelado pelo anacronismo dum escopo

Que dormita inócuo sobre cinzas feridas!

Preso por desacato

Fui preso por desacato a autoridade
O que aconteceu? Beijei a delegada
Desculpa ai, ela era linda, me empolguei
Mas recebi ordem de prisão domiciliar das 23:00 hs as 07:30 hs
No apartamento dela, nem precisou de tornozeleira eletrônica
Na ordem de soltura recebi um beijo molhado
E fui obrigado a lavar a louça depois do café da manhã

A noite pergunta-me, 
Quantas noites mais precisarei para ser feliz?
Eu não sei ao certo, 
Se é certo que de algo sei. 
Já nada sei. 

Ave no ninho