Não estou vendo a hora

Não estou vendo a hora
 
pra te cobiçar
 
toda
 
desfragmentada sem penhora
 
em laivos embebidos em tantos
 
vestigios de pujante alegria inventada
 
qual metáfora desertora
 
 
Não estou venho a hora
 
de te agitar palpitante
 
cobrar-te excitante
 
todos os beijos que multiplicámos

Coube a mim

Coube a mim essa
 
porção de saudade
 
colhida em unanimidade
 
quando sustento e personifico
 
teus beijos em rasgos de amor
 
e voracidade
 
 
Amadureci a paciência
 
que tempero noite e dia
 
mal se deite a lua por teus
 
raios empolgada
 
Coube a mim
 
imaginar-te assim

Queda,

Altivez quebrada no sentir da alma,
Queda anunciada, flecha quebrada,
Homem feito, de coração desfeito,
Aninhado na sua pequenez, rafeiro
Quebrado feitiço, que no mantinha de pé
Veles tenebrosos, na solidão do sentir
Galopante desespero, sem o afoito medo
Fingi ser grande, no pequeno que sou
Palavra fingida, sentida na alma
Querer fugir, não saber por onde ir
Quer ficar, parado assim aninhado
Colo que espera, desespero do ser,

Desejo

O desejo cresce em mim,
Qual noite ao por do sol...
Sem dar conta, sem saber...
Os raios espraiados,
Por essa praia...
 
Quero-te...
Rumar sem destino,
Por entre encontros de paixão ardentes...
Sentindo o calor tocar nossas faces...
Olhar abraçados o vermelho solar de abandono...
O nascer da escuridão...
Rasgado pelo brilhante luar desse misterioso corpo celeste...
 
Quero-te, a ti mulher...

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