MENSAGEM

Teus olhos castanhos, minha sibila,
São raios do céu na fronte tranquila,
Na fronte morena, ó moça faceira!

Tu és o desejo que me aniquila,
De minha existência a ilusão primeira.

És tão pequena, casta e delicada,
Qual do bosque colorido uma fada;
Como a resedá que o orvalho umedece.

Ninfa lampeira, às vezes, abrasada
Tens o calor que minha vida aquece.

Se eu pudesse numa noite infinda
Unir nossos lábios, princesa linda,
E sentir em teus braços o tufão.

BEIJOS

Tem beijo que faz tremer a veia
E o lábio sôfrego logo ateia,
Ou té paralisa.
É beijo de amor que num repente,
Desliza na face sorridente,
Qual na flor a brisa.

Feliz decerto é o colibri,
Que beija estas flores e sorri
Ao céu de verão.
Feliz é o oceano cantante,
Ele é da praia o garboso amante
E beija-lhe a mão.

Tem beijo tímido pela noite,
Tem beijo que estala qual açoite,
Tamanho o prazer.
O beijo é uma linguagem estranha,
O sol beija no dorso a montanha
Sem nada dizer.

ELA SOMENTE

Somente ela habita meu pensamento,
Faz passar o tempo qual passa o vento
Sem prometer voltar;
Com seus olhinhos de azul inocência
Ela somente! Para esta carência
De minh`alma apagar.

Sou feliz se posso um doce beijinho
Somente dela merecer... carinho
Eu sempre lhe darei.
Para que a noite triste não me seja
Ela somente!... quando ela me beija
Sinto-me, então, um rei.

ACROSTICO DE UNIVERSO

POEMA MOSAICO

 

Meu subjetivo é alcançar perto

Chegar rente

Perto é lugar de quase

Rente é alcançar de repente

O improviso

O olhar em imprevistos

Meu objetivo é desenhar nas paredes

Linhas que voem delas

Linhas que vão

Com o cânhamo queimado

Abstratos de não querer

Absortas em não pragmatismo

Não violência em discordar

A cor da dissonância

Era ocre era outra

Quase não ia investigar incertezas

O som do encontrar longe

Era ocre era Acre

Pages