Sim

Sempre fui muito feminina ,desde guria.Não que eu fosse feminina como as elegantes mulheres com seus adornos, ou como aquelas das maçãs rosadas ou as q amam laços .
Não, sempre fui muito feminina aqui dentro, onde todas as meninas são iguais, são princesas e guerreiras.
De pequena com a boneca no braço e a comida de faz d conta...Passou tão rápido...
Adoro minhas panelas de inox fundo triplo.
Mas o q dizer dos sonhos?
Sim temos uma família e cachorro.

VAZIO

Sufoca e mutila 
Onde foi parar a vida que um dia respirei?
TD aquilo que amei 
sem se quer me esforçar
Era como respirar a certeza de voar...
E então as convicções à tantas dúvidas deu lugar,
ao sofrer mutilações das certezas de ilusões que foram feitas para acreditar.

Céu

O céu púrpuro tocou-me
A própria arte é a natureza
As nuvens de algodão-doce
Na minha boca adocicam
Meus trovões na revoada
Dianteiros ao meu caos
Um minuto de silêncio
Para a balbúrdia dos ventos...
Cantarolando o bardo se ouve
Batendo as asas joviais
Voe como pena e sem pena,
Seja livre!
Anoitece as várzeas do meu
Vale, e lá os pingos brancos
Plantam o lindo céu.

MEIO E FIM

 

 

 

 

às voltas

 

com o rumo atribuído

 

tido como meta

                

               FIM

 

enrustido

 

no centro do alvo

 

fixo

 

a um suporte

 

que a áurea seta

 

pretende

 

penetrar

 

(arremesso

 

de um iniciante

 

de inábil destreza)

 

-seria o alvo

 

a flecha mesma

 

em si?

 

 

 

 

 

BÚSSOLA

 

 

 

vestir com luvas circunspectas

os gestos repletos de ruivos rubis

das mãos partidas e esquecidas

no eco das dunas

como um retrato autorizado

por uma decisão do fotógrafo

-ah essa pane das luzes!

no claro/escuro da idade

sem o beneplácito da história...

 

mas nem por isso

serei bússola sem coreografia

a percorrer meus calcanhares

como asas de pombos eternos

(bicando grãos e aprovação)

que só se mantém

-vastos e vivos

por conta de sua estrutura

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