Devaneio

Teus olhos são a luz
para o meu coração,
é ela que me conduz
quando estou na escuridão

Quando me olham brilham,
mas não sei explicar,
se é minha ilusão
ou se me estás a amar

Se é meu devaneio
quando os vejo brilhar,
espero com anseio
nunca mais acordar

Meu coração chama por ti,
está à espera do teu amor,
só eu sei como sofri,
por não ouvires o seu clamor

Quem me dera

Quem me dera poder o sol agarrar
Contigo dar um salto e à lua chegar

Quem me dera saber na hora de deitar
Se na manhã seguinte irei acordar

Quem me dera viver uma vida diferente
Para me conhecer e me olhar de frente

Quem me dera ser alguém que chegou
Alguém que com o tempo não se apagou

Quem me dera saber o que não sei
Quem me dera querer o que não dei

Quem me dera não ser alguém que não sou
Para poder conhecer os lugares onde vou

ETERNA AMADA

Seja ela um prisco segredo
Para ninguém desvendar.
Que um batel a leve longe,
Junto à beleza do mar.

Sejam seus lábios bonança
Em um mundo de tufão,
Assim, seu ósculo ardente
Seria uma solução.

Que faz palpitar seu seio
Quem dera eu fosse um cantor;
Eu a amo na vanglória,
Seja na fúria ou na dor.

Sou feliz quando seu riso
Tem o brilho desse sol;
E, em seus olhos os condores
Beijam o casto arrebol.

CANTOR

De teu peito fremente qual vulcão feroz,
Emergem mansamente tuas cruas mágoas...
À tarde, do arroio quando se escuta as águas,
Vem a lembrança de tua branda voz.

Amas brincar c`os sons, amas a melodia,
Povoar os refúgios dos gentis ouvidos.
Teu cantar se compara aos matinais gemidos
Que o pássaro sobre o arvoredo preludia.

Em teus lábios lhanos de alegria os sinais
Nos saraus espalham-se como uma cascata;
Aos suspiros de Orfeu soturno são iguais.

O vento e o tempo

O oceano agita-se sob faíscas luminosas
Ao longe avistam-se ondas tempestuosas
 
Caminho pelo vento e como a areia
Respiro o tempo e visto a tua teia
 
Com o tempo tudo acaba
Porque tempo tudo tem
Só a poesia cá fica
E o tempo também

O vento sopra tempestuoso numa planície do deserto
Arrasta a areia furioso e deixa o ar coberto

Como é feito e de onde vem ninguém me pode dizer
Será o sopro de Deus isso, ninguém vai saber

Na magia de um quarto

Entramos no quarto apagamos a luz,
do mundo estamos fartos ninguém nos seduz,
a vida não passa de breves momentos,
sentados no chão vivemos pensamentos.

Na magia de um quarto
ouvimos o mar
vivemos no universo
estamos a sonhar

Fechamos os olhos ouvimos chover,
ficamos em paz pois vamos renascer,
o silêncio é total o pensamento profundo,
no escuro é igual, mas diferente no mundo.

Na magia de um quarto
ouvimos o mar
vivemos no universo
estamos a sonhar

À espera da junção

Quando te conheci
contigo simpatizei
no teu júbilo percebi
que um amigo encontrei
amigos ficámos
como o sol é do verão
juntos sonhámos
com a mesma aceleração
jamais posso crer
e só posso estar a delirar,
mas sinto crescer
o que não podia começar

Amizade eufórica
que nos une com ânsia
à espera da junção
estava o nosso coração

GANSO

                                         GANSO

Eu tinha um ganso e uma gansa.

Eu afoguei o ganso, e não sei o que fazer com a gansa!

Fala depressa! 

    O que fazer com a  gansa?

 

 Autora: Madalena Cordeiro

O MUNDO

                                         O MUNDO

O mundo se transforma  quando eu mudo.

A vida é um jardim, eu posso cultivar mato ou cultivar flores!

Depende de mim e de você...

 

Autora: Madalena Cordeiro

Pages