FRAGMENTOS - DUETO - João Murty/Joana Aguilar

DUETO: João Murty/Joana Aguilar

POEMA ADORMECIDO

Poeta tímido, que te escondes no silêncio cinzento do teu poema
Castrando a inspiração na brandura da tinta dormente do teu verso
Eu moro onde habita a tua dor, nessa estrada que percorre a tua pena
Bebo a água fria do teu lago, onde a inspiração, ascende ao universo.

Balançar

          Balançar

Saltando de lago em lago

Balançando neste barco

Lutando contra as fúrias das correntes

Chorando por tantas gentes

Porque terei eu medo da doce melodia?

Que ao longe a flauta assobia

Serão as minhas forças a falhar?

Não quero mais fúrias para lutar

Quero um lugar calmo onde repousar

Onde me deitarei sem medo de sonhar

Quero o verde da vida a florescer

E não ter medo de crescer

A Paixão

Paixão não serve!

Paixão é fogo de artifício:

Explode!

Luz, som, brilho, beleza, cor…

Fumaça!
 

Paixão é artifício.

É superfície, planície…

É fogo que inflama os sentidos,

Queima a razão,

Chamusca o coração,

E deixa a dor.

 

Paixão não serve!

É mais do que encanto inicial,

O encanto que faísca os olhos

E provoca o incêndio

Que acende o coração.

 

Quando o coração acende,

A paixão não serve.

Ou nasce o amor,

Ou nada acontece.

A Imperfeição de Deus

A Imperfeição de Deus

Há um novo dia que está por vir, não é só mais um dia que amanhecerá, é um dia definitivo, transplantador de discernimento nas pessoas. As pessoas vão parar de se agredir, se estranhar, de separarem-se por fronteiras, credos, raças, cor, etnias, ideologias. É um dia que está por vir. É o dia dos humanos, o dia da paz.

Pages