Expectativa

 
Não gosto da expectativa,
enaltece o patamar para o divino,
mas divino nunca o poderá ser.
Nem sabemos o que divino é.
 
É a ilusão mais subjectiva,
graxa em sapato sem brilho,
brilho que irá desaparecer,
porque no fundo nem brilho é.
 
Sou um conjunto de tentativas,
de falhanços de meu próprio ensino,
ensino que faz amadurecer
como grão torrado tornado café.
 

CICLOS

Cada passo mais afastado do relógio da vida,

rompi com o sonho impercetível e murmurado.

Trepo ao céu, agarrado às letras e ao vento,

flutuando no espaço ao sabor da corrente,

ávido dos silêncios que a noite provida.

Esperança ardente num sonho, sonhado

em louca espiral da pressa! Isole-me no advento

do tempo, que acaba e se estagna à minha frente...

 

Uma melodia! Uma luz se aproxima! Tudo faz sentido.

Quantas solidões para ver? Quantas vidas para aprender.

Belicismo

Os bélicos da guerra que envolve o mundo a nossa casa, sentado na minha secretária a beber um chá de frutos vermelhos, contacto a matilha e pergunto vamos fazer uma guerra, somos poderosos e o nosso jogo envolve peões, eles são fundamentais para começar a confusão com ajuda do ilusionismo e umas quantas bombas, destabilizamos e imputamos a culpa estrategicamente, os voluntários vão contribuir para as nossas empresas (armas, material de guerra, mascaras do horror e tristeza, vestuário a rigor para um funeral de fantoches, também material de saúde e primeiros socorros que já chegam tarde á de

Gaivotas

Rochedos e escarpas de emoção preenchem meus fortes surtos inocentes
Belas gaivotas em piares de alternancia por entre o misterioso belo e sonoro bater das ondas do mar em afeição
afigurasse-me um mar gigante em forma de lingua encandescente de um extensissimo vulcão ativo emerge das aguas
Agua ,areia conchas crepusculos e algas e tudo envolta em fogo colorido de espuma carmim

Calçada

Vejo tão pouco nesta luz sépia que perfuma a rua com o seu toque antiquado,
Apenas o fumo denso que circula lentamente à minha volta,
Como se não houvesse vento, ou sequer uma brisa,
O tráfego condicionado numa auto-estrada congestionada…
Mas não importa,
Os olhos escolhem a escuridão,
Os ouvidos preferem o jazz de um saxofone tocado pela figura tão solitária quanto eu
Sentada à varanda.
Sobre a calçada suja, não me sinto deitado
Não me sinto sequer…
Apenas esse som suave que me adormece
Entre tragos de álcool quente

Pages