EU.

Porque é que é tudo tão negro,tudo sem piada,

Parece que já fiz de tudo,e afinal não fiz nada,

Parece que estou a andar no vazio,

E lembro-me disso sempre que choro ou riu.

Senão consigo chorar por quem me amou,

Será que aqui estou,

Sinto-me no meio da multidão,sozinho,

E isso consome-me devagarinho,

Será este o meu caminho,o meu karma,

Andar sempre no caminho do cano da arma,

Deus é grande,mas neste mundo maior é o dinheiro,

Eu vou pagar caro, para sair disto inteiro.

A brincar.

Brinca brinca comigo,que eu brinco contigo na minha casa ou na tua,tanto faz,mas brinca comigo,brinca pode ser na tua,na tua casa,tu brincas comigo eu brinco contigo, tanto faz,na minha,na minha casa,tanto faz,mas brinca comigo,e brincamos os dois,eu brinco contigo e tu brincas comigo,tanto faz.Mas agora já ninguem brinca,nós não brincamos,tu ficas na tua casa e eu na minha,e cada um brinca sozinho. 

Nos teus olhos.

Nos teus olhos me perdi,

Nos teus olhos eu vi,

Que caia num poço sem fundo,

Que caia até ao fim do mundo.

Tocas-te com eles no meu coração,

Corrompido e conspurcado pela traição,

Porque sem o teu ombro para chorar,

Continuo a cair,

Até ao dia que eu voltar,

A  voltar a sentir e a sorrir.

Eu vejo.

Todos os recantos deste mundo,são uma soma agreste, 

 Tens nele cravado os sentimentos com que nasceste e cresces-te.

Com os  pulmões cheios deste maldito ar,

Aprendes-te o que era  ser forçado a gostar.

Nos teus olhos vejo o que é o vazio de um coração que já não sente,

Mas que em tempos sentio.

E na tua cara vejo  as cicatrizes da vingança,

O preço de quem lutou pela mudança.

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