Abraça-me…

 

Abraça-me…

Não digas nada
chega devagar
e sem eu esperar
suprime o espaço
com o teu abraço
que me faz acalmar...

Vem e sem segredo
afaga meu medo
que vive no peito
e que sem jeito
não me deixa sonhar...

envolve-me sem motivo
deixando-me cativo
dessa tua oração
que dá ao coração
razão para ficar...

Peleja

...

Peleja

A precisão de cada palavra
Serão golpes profundos de estilete
Nessa carnificina solitária

Que o leitor beba deste sangue,
Minha poesia lavada nesse olhar.

Quero ser assim, maníaco
E sem graça para o vulgar.

...

Vigília

Meu Ocaso, minha irmã, meu sono...

Dei-me a beber.
Sou menos meu e mais do outro.
Como adivinharia os dedos por trás do mundo?

Depois de ti varreram-me o azul dos dias.

Tenho demasiada Europa derramada sobre mim...
Já não posso voltar.
Sinto-me banido.

Depois de um deserto vem outro.
Atrás de um Inferno, Outro.

Estou doente,
faz frio dentro de mim.

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