Quanto vale um amigo?

 

Amigo, é estrela dardejante que enfeita o céu.

É braço forte em tempos de guerra,

O consolo infindo quando murcha a esperança

A fragrância inaudita das flores de uma singular primavera. 

Como doce fragata navegando o azul ferrete do mar...

Vem cheio de lume e mantos.

Suas mãos são a destreza, e a arte primorosa de um experiente tecelão,

Seus olhos possuem as nuanças mais delicadas da aquarela.

E assim é feito ele de quantos encantos? 

Meu Deus!

O verdadeiro amigo se possível morri cravado numa cruz.

As Sete Súplicas Para a Entrada no Reino dos Justos

 

            Deus, se eu lhe dissesse que não sei mais de onde tirar forças, meus clamores seriam ouvidos?

            Se já sou claro de minha pequenez e de minha ínfima limitação, por que insiste em me guiar pelos caminhos que humilham minh' alma?

            Corte meus calcanhares e dilacere meu peito, pois quero morrer sentindo o peso do meu sangue, sem mais precisar sentir a dor que não cessa.

Pra sempre

 

Somos a brisa e o fogo.

O mar e a lua

A flor e o jardim,

O beijo ardente, e a pele nua.

Nascemos da mesma placenta.

Sou tua sorte

És minha fonte inesgotável,

E juntos somos mais forte do quer a morte.

Um conto de amor será: nossa historia...

O vento contará ás estrelas tudo que sentimos

Coração e alma...

Abraçados prosseguimos.

Você e eu de bengalas nas mãos...

Beijando nossos netinhos

Com o mesmo amor, e a mesma gentileza na fala...

Te perdoei

Você deixou de ser pra mim saudade.

As noites pungentes e enlutadas

Espinhos indianos na minha estrada

O punhal traiçoeiro, e a inverdade. 

A dor sufocando meu peito.

O desencanto da minha alma

As lágrimas torrenciais inundando meu leito

O pássaro agorento que silenciava minha fala. 

O enigma que me trazia medo

O vazio que avassalava meu coração

A terrível angustia que me assistia bem cedo

Os dentes afiados do tubarão. 

Enfim, você deixou de ser pra mim o amor da minha vida.

É natal

 

Vejo anjos brincando na chuva.

Uma nuvem alvinha sobre meus olhos flutuar

Crianças vestidas de ternos e luvas...

Em noites brilhantes a bailar. 

É natal! Exclama no céu azul uma estrela pequenina.

E na terra... Tão ferida pela guerra, e desamor,

Pelo o egoísmo, e pela dor.

Nasce luz... A paz gloriosa que a todos sublima. 

Por um instante os homens reconhecem seus vis retratos.

Não se veem mais mendigos nas esquinas

O soar inflamado das tribunas “cretinas”

SEGUNDO PSALMO DE DAVID

    Porque anda o mundo todo enfurecido,
    Se esforços contra Deus são todos vãos?
    Os grandes, mais os reis, deram as mãos
    Contra o Senhor, contra o seu Ungido,

    --Estas correntes, é despedaçal-as,
    Este jugo atirar com elle fóra!
    E lá cima no céo, o que lá mora
    Não faz mais que sorrir-se de taes fallas.

    Mas em lhe dando a ira, aonde então
    Se hão-de metter, com medo, os desgraçados!
    Coroou-me rei no alto de Sião,
    Cumpre-me publicar os seus mandados.

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