A alma que sangra
Autor: elson mesquita ... on Sunday, 30 December 2012
A alma sangra
Um sangue sem dor
Um sangue sem cor
A alma sangra
Um sangue sem dor
Um sangue sem cor
Os dois num momento de introspecção começaram a conversar sobre a dor.
-Qual dói mais, a dor do corpo ou a dor da alma?
-É a dor que vem da ferida, creio eu.
O meu amor partiu
Deixou-me no incerto
Na minha vida tudo ruiu
Ficou um espaço aberto
Caminho só, na minha estrada,
Não sei para onde me vai levar
Esta infinita caminhada,
Vou onde o destino me levar
Vais ver-me a sorrir
Quando por dentro choro
E tenho que te omitir
O que por dentro imploro
Queria voar, desaparecer,
Para não ter que te ver
Com alguém do teu lado,
Eu sei que está tudo acabado
_A Mayer Garção_
Descance de quando em quando...
Passar assim toda a tarde
Sempre bordando, bordando,
Sem que um momento desista,
Até faz pena! Não lhe arde
Nem se lhe perturba a vista?...
Descance de quando em quando...
Erga os olhos do bordado
E veja quem vae passando.
O trabalho alegra a gente,
Mas assim, tão aturado,
--Não lhe faz bem certamente.
Tu cujas azas tremulas
O meu olhar tornava;
Cujo trinado harmonico
Meus dias alegrava,
Ai, já não ouves!--Chamo-te,
E é vão este chamar!
Chegou a estação gelida;
Foi para te matar.
Nunca me has-de esquecer! Por bem seis annos,
Companheira leal
Tu me foste, avesinha;
Meiga entre as meigas, desprezando os campos,
Deslembrada da mãe, que, á noite, aninha
No movel cannavial.
SORRIU PRA MIM
Sorriu pra mim
indiferente
fingi que não vi.
Descontraído
mal vestido
Sorriu pra mim...
detestei
não lhe senti
desdenhei.
Não sei que ha de divino, força é crêl-o
N'esses teus olhos d'uma luz tão pura
Que, ao vêl-os, tive logo por segura
Aquella paz que é meu constante anhelo.
Filha de Deus, nossa alma aspira a vêl-o;
Desprezando caduca formosura,
Ella, em seu giro eterno, só procura
A fórma, o typo universal do bello.
Não póde amar, não deve, uma alma casta
Fugaz belleza, graça transitoria,
Coisa que o tempo leva, o tempo gasta.
Na mortalha alheia não temos mais que fazer
Bernardim Ribeiro.
To die to sleep.
(Shakspeare)
A ti que os meus ais resumes
Estas quadras dolorosas,
Corpo inundado em perfumes,
E de pomadas cheirosas:
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..........................................
A mim custa-me a morrer,
--Não por que esta vida valha;
Mas porque sei que heide ter
Teu coração por mortalha.
Casas de Brasileiro é um trabalho de 2008 de Júlio de Matos que já foi apresentado e notado internacionalmente.
Para lá da sua importância de investigação documental, este conjunto de notáveis moradias, chalés ou “manuelzinhos” de emigrantes e torna-viagem portugueses do século XIX e inícios de XX é uma série notável de abordagem estética, muito contemporânea, (planos horizontais, distâncias, ângulos) das mais sugestivas moradias que a elite endinheirada dos brasileiros foi edificando por todo o país.
A curiosidade foi o motor de ignição que colocou em movimento At most mere minimum (Quando muito o mínimo), um lugar comum habitado por quatro criadores que arriscaram sair das suas zonas de conforto para expandir a sua visão do mundo.
O ator e encenador Gonçalo Waddington e a atriz Carla Maciel, que em 2011 interpretaram o par central de Rosmersholm de Ibsen, traficaram cumplicidades e dissonâncias com os coreógrafos e bailarinos Sofia Dias e Vítor Roriz, nomes centrais de uma nova geração da dança portuguesa.