Na Cauda do Cometa. (Crônica)
Autor: Miguel França S... on Tuesday, 1 January 2013
A Cauda do Cometa. (Crônica)
Guel Brasil.
SEM SAÍDA. (CORDEL)
Autor: Miguel França S... on Tuesday, 1 January 2013
Sem Saída. (Cordel)
Guel Brasil.
Nas terras onde eu morava
Lá nas brenhas do sertão,
A fome era companheira
Era. (Crônica)
Autor: Miguel França S... on Tuesday, 1 January 2013
Era...
Guel Brasil.
O mundo está caminhando para sua odisséia final. Agora o tempo está curto, e os humanos mais abastados que poderiam fazer alguma coisa para evitar a catástrofe vindoura, nada fazem; os Países desenvolvidos que fazem parte do primeiro mundo, projetam e pintam eventos das mais variadas formas, talvez pensando eles que estes acontecimentos surgirão em pontos isolados.
A PARÁBOLA DO PUCARO D'AGUA
Autor: Augusto Gil on Tuesday, 1 January 2013Acreditaram os romanticos que a arte residia principalmente na
disformidade. Se atravez das proprias dores descessem ás profundas
realidades da vida, teriam observado que... o viver do povo encerra
em si uma poesia sagrada. Sentil-a e mostral-a não é tarefa de
machinista; para tal, não é necessario juntar-lhe effeitos
theatraes.
... O que é preciso é ter olhos para vêr na sombra, na pequenez e
na humildade, é um coração que auxilie a vista nestes recessos do
lar, nestas sombras de Rembrandt.
SONHO
Autor: João de Deus on Tuesday, 1 January 2013Ha muitos sonhos de imaginação,
De mera phantasia:
Outros, que são a voz da prophecia,
A voz da intuição,
A voz do coração.
Pões fé em sonhos taes, Maria?... Pões?
E fazes bem, que ás vezes
Sonha a gente venturas e revezes,
Que se tornam depois
Bem certos! Ouve pois:
*A SELVAGEM*
Autor: Gomes Leal on Tuesday, 1 January 2013Ás vezes, como os grandes _phantasistas_,
Sinto o desejo intenso das viagens...
E ir sosinho habitar entre os selvagens,
Como n'um ermo os asperos trapistas.
As grandes, vastas, limpidas paysagens,
Que sabem vêr os immortaes artistas...
Teriam novos tons, novas imagens,
Longe do mondo avaro e as suas vistas!
Com uma virgem--flor d'essas montanhas--
Entre os mil sons das arvores extranhas,
Dos coqueiros, bambus... fôra feliz!...
Sepultura d'um poeta maldito
Autor: Baudelaire on Tuesday, 1 January 2013Se, em noite horrorosa, escura,
Um cristão, por piedade,
te conceder sepultura
Nas ruínas d'alguma herdade,
As aranhas hão de armar
No teu coval suas teias,
E nêle irão procrear
Víboras e centopeias.
E sobre a tua cabeça,
A impedi-la que adormeça.
- Em constantes comoções,
Has de ouvir lobos uivar,
Das bruxas o praguejar,
E os conluios dos ladrões.
Ontem o pregador de verdades dele
Autor: Alberto Caeiro on Tuesday, 1 January 2013
Ontem o pregador de verdades dele
Falou outra vez comigo.
Falou do sofrimento das classes que trabalham
HOMO
Autor: Antero de Quental on Tuesday, 1 January 2013
Nenhum de vós ao certo me conhece, Astros do espaço, ramos do arvoredo, Nenhum adivinhou o meu segredo, Nenhum interpretou a minha prece... Ninguem sabe quem sou... e mais, parece Que ha dez mil annos já, neste degredo, Me vê passar o mar, vê-me o rochedo E me contempla a aurora que alvorece... Sou um parto da Terra monstruoso; Do humus primitivo e tenebroso Geração casual, sem pae nem mãe... Mixto infeliz de trevas e de brilho, Sou talvez Satanaz;--talvez um filho Bastardo de Jehová;--talvez ninguem!