SOMBRAS E SOMBRAÇÕES
Autor: FERNANDO ANTÔNI... on Wednesday, 22 December 2021
damascos e ornamentos
sobressaltam-se na mesa
de madeira polida
meros polímeros
de substância indelével
moldam
e sustentam fantasias
em um monólogo
intimista
-mas
por que a pronúncia vacilante
desse oscilante instante
adiou
a convergência do dia
para esse casual (des)encontro?
se as horas e as distâncias
favorecem
-mais que as restrições-
a opção de ver
um singelo vestígio consumar
as luzes já acesas
Habita em mim
Autor: WILSON CORDEIRO... on Wednesday, 22 December 2021O androide que habita em mim
Humano sem juízo
Coração que vive a solicitar :
A remoção imediata de
Elétrons e baterias ruins
O androide que habita em mim
Foi no início experiência suburbana
Um chip corrosivo que envergonha
Um mundo de cientistas loucos
Semideuses a glorificar impropérios
Inventores de um coração frio
Inventaram mais calor no deserto
Pra nação de androides não desintegrar !
E mais androides de atos calculados implantar
Impiedosos terroristas, cientistas ..
CO2 / O2
Autor: FERNANDO ANTÔNI... on Tuesday, 21 December 2021
o ar rarefeito
em nossos pulmões
exige / suplica
o oxigênio puro
-diluído no gás carbônico-
de um jeito asfixiante
pois ele não é suficiente
para purificar
toda a atmosfera
de forma relevante
por ser ar suspeito / rarefeito
ar e fuligem ao mesmo tempo...
já é hora de se despertar
e fazer algo urgente
para que se respire
de maneira decente
segura / isenta / pura
o ar que nos respira também
equações caprichosas
Autor: António Tê Santos on Sunday, 19 December 2021dissolvo a ternura em palestras que transportam consigo o melindre e a rebelião: reclamo assim contra os sintomas duma vida conturbada grafando versos que provêm duma recolha lacerante.
SLOGAM DO LIVRO MOSAICO - 2021/2022 - Travassos Editora RJ / Brasil
Autor: FERNANDO ANTÔNI... on Sunday, 19 December 2021equações caprichosas
Autor: António Tê Santos on Saturday, 18 December 2021esvoejo sobre os abismos da vida quando proscrevo os libelos para reaver os meus ideais falidos; quando transfiro para a poesia os meus fervores oscilantes; quando louvo a esperança nas pretensões que vou reforçando.
INCERTO E AUSTERO
Autor: FERNANDO ANTÔNI... on Saturday, 18 December 2021
só não me confundam
com a penumbra da noite
o desconforto do meio-dia
na trincheira escura que me atropela
sozinho na rua instável
me perco quase que completamente
justo como um descrente
por aderir a um riso fácil
um sinal de feitiçaria demente
comovente como um crime doloso
e me recupero por completo
-incerto e austero-
por causa de detalhes irrelevantes
diante da muita controvérsia
pelos transtornos que não causei
sei qual é a cor do pecado