Íngreme

Eu guardo a esmeralda
O bem mais valioso que tenho   
Polida na tristeza, e acabada
Nas sujeiras que sustenho.

Impureza que degrada a fonte
Como verniz que fede a madeira
Sou o fétido sem-teto do afronte
Em algoz de tal maneira.

Sem moral, sem nada a declarar
Se preso eu fosse, a pena é liberdade
Estando acorrentado na corrente do negar
Juiz ou réu, indiferente à tal felicidade.

Ossa Coronata

Inconstância das grandes metas
é um elástico pronto a romper,
a mentira que vai e vem, destrói!
Ter titubeado aos instintos, corrói!
Meus ossos ruindo no sacrilégio
que eu mesmo atenazo: Quebre!
Por favor, quebre, não a mim,
mas a impermanência ilusória;
o cervical que sustenta o templo
das mil e uma enganações do ego.

VERÃO VERANEIO

 

 

i.                                                                                                                                                               

se outrora o verão

fosse anfitrião deste tempo

e se houvesse um mínimo

de acalanto e  mimo

decerto não seria coadjuvante

 

ii.

seria protagonista

[com êxito e alento]

do plácido encanto da paisagem

que instaurou o disperso sereno

antes que se condensasse  

sobre folhas improváveis

 

iii.

Natureza humana

Catequizar as emoções
Canalizar a fé adequada
Cativar as lições esperadas
Nas escolas primordiais do amor
Os professores
E todo tipo de senhoria ou menestréis
Adquirir saber
Combater o cadernos em branco
Coração sem escrita
Mente aflita
O grito que não alcança sonoridade
Desejada
Nem boca acariciada
Palavras duras não socorrem ninguém
As oportunas pragas do Egito
Castigou os não oficias do bem
O doce tem gosto amargo
Saborear não convém
Homens do mundo de mentes rasas

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