ABISMOS

Abismos

Somos um abismo que se toca nas profundezas.

Tricotamos nas malhas da escuridão,

Rasgamos beijos sem pontes, e no infinito tocamos cítara.

Fomos tão perfeitos que nos não viam,

Fomos tão bons que negaram a nossa existência.

Foi o que fomos…

A escada do firmamento rasga em lâminas

E nós com o calcanhar gretado,

Saltamos para o colo um do outro.

Balada das Palavras Doces

A letra desta balada é dedicada á Madalena a poetisa das palavras doces.

BALADA DAS PALAVRAS DOCES

Em cada linha que te escrevo em cada verso
Faz-me sentir mais só nesta noite tão longa e fria
Perdido nas doces palavras do teu universo
Deslumbro o toque do teu olhar no anoitecer
Minha boca seca morde o beijo que tanto queria

A falta que me faz

O dia sobra muito

e a rotina petrifica a evolução.

Carros passam, enxurrada lava

as calçadas, sons se repetem,

ecos de uma memória perpétua.

A fadiga torna o marasmo

um lugar de exílio.

É fácil brincar de esconde-esconde com a monotonia

que se fez morada nas folhas caídas do meu quintal.

Enquanto segue a fio o céu de estio,

lobos caçam.

Farejam o sangue e salivam com suas 

línguas ferinas expostas.

Buscam em suas presas, pedaços de vidas para preencher o vazio 

deixado pelo esmo.

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