O beijo

Quando te pedi um beijo,
Nada teve de inocente.
Levava em si o ensejo
De efetivar o desejo
Que ao amor é inerente

Pode ser um beijo esquivo,
Ou um desses que provoca
Um arrepio lascivo,
Que fique eterno, cativo
Dos beijos da tua boca.

Poema

O poema sente-se quando arrepia:

O eco, pelo fundo do corpo, ressoa!

Acabando como sussurro no ouvido

Enquanto, à varanda, o gato espia:

Na rua, vazia, surdos passos de Pessoa?

Sem sentido?

Nenhuma rima acaba com a vida!

Quando, em cada verso, se perde a medida.

Calçada

Uma passagem pública que  não impede
A monotonia popular
Ressignificar
Tomada de decisão  acionada
No  coração humano
Em ânimo não se pode agradar !
Populares  não deixem de se achegar !
A divina comédia humana
Poderemos
O derradeiro ato encenar
Pode a qualquer momento as cortinas descerem
Deixemos Dante
Vamos avante
A vida tem outros espetáculos
Informe se querido leitor
Mas esqueça por um momento
A fórmula da dor
Mudemos o curso deste rio .

Falso profeta

Josué, falso profeta,
O sol não para sobre Gibeom,
Nem a lua no ar fica quieta,
Seja aqui ou no vale de Aijalom.
Josué, Sholom, shalom.

A espada é tua, não te escondas
Na sombra de Deus
As tuas acções tão hediondas
Os pecados são só teus
Shalom, shalom, clamam os Céus

Os cinco reis são inocentes,
Josué usurpador,
Não há sobreviventes?
Josué homem terror,
Não foi ordem do Senhor.

Josué, tu não és bom,
És filho de um deus menor.
Josué, Sholom, shalom.

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