Foi bom

                   Nosso amor foi passageiro

                  Um sopro apenas vivido

                  Que pena meu querido

                  Foi como o vento rasteiro.

 

                   Levando nossos dias felizes

                  Nosso beijo

                 Todo carinho e o ensejo

                 Jardim de flores e suas matizes.

 

      Nereide

EXPOSIÇÃO

O pintor.
O artista que, delicadamente, foi dando forma, sentido e cor às suas obras.
Após um bom número de telas Escolhe as melhores entre elas E cria uma exposição.
Abre as portas ao público
E cheio de emoção, aguarda a opinião de cada apreciador.
Surge felicitação e depreciação.
Assim é a exposição.
As felicitações que vou recebendo
Vou eternizando com alegria.
As depreciações que surgirem
Vou guardá-las no anexo dos fundos
E com elas fazer poesia.

Emilia Lamas

Sudário dos silêncios

Adormece a noite aconchegada ao altar da solidão
Enquanto rendida viceja uma emoção tão submissa
No labirinto da vida amordaça-se a luz mais movediça
 
Envolta no sudário dos silêncios a escuridão mumificada
Esboroa-se qual lamento tristonho e intimidante, até deixar

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Cai chuva no meu telhado
Chuva leve, miudinha
Bate no chão, escorrega
Como a agulha na linha

Ouço o tilintar das pingas
Uma a uma na varanda
O silêncio faz propaganda
Em tom doce e melodioso
A uma noite enriquecedora
Tranquila, compensadora

Avisa um amanhecer
Que ao acontecer
Trará uma nova página
E seremos nós a escrever
O rascunho dessa dádiva
Que tem por nome Viver.

Emília Lamas

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