Dedicado

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Ela sai e fecha porta
E nunca quer saber
Se realmente a faca corta
Ou se o faz por o fazer

Procuro todos os dias
Tentar adiar o fim
Mas ela foge com o conforto
E deixa-me só a mim.

O inverno torna-se frio
O verão quente demais
A minha única pergunta
É porque é que é voltas quando sais?

Hoje reflicto sobre o assunto
Mas bem que vou acabar um defunto
De tanto em nós pensar,

Tu, amor.

Dei-te tudo, o que eu já tinha, e o que eu tive de inventar.

Guardei o que me deste num copo, meio-vazio de arrependimento, meio-cheio de saudade.

Não basta eu querer amor, meu amor.

Olha no céu, pede alguma coisa bonita, que te faça sorrir.

Não tenhas pressa, aproveita tudo, momento a momento, segundo, a segundo.

PÁGINAS ESCRITAS

Somos um segredo de pequenos traços
Somos os filhos do tempo, do nosso rosto
Somos a marca do momento das eternas rugas
Somos frágeis vimes que se desequilibram
Somos as chuvas de verão das nossas dores
Somos espaços vazios de renúncias e lágrimas
Somos muitos desafios nessa luta constante
Somos tempo sem tempo de amores e dissabores
Somos o equilíbrio da nossa própria vida
Somos o vento que derruba as folhas no chão
Somos páginas a ser escritas bem delineadas.

 

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