Desilusão

As penas da vida.

Quem anda muito   a rezar

https://youtu.be/ftikGBkApXY

 

 sem ter Deus em atenção

 Decerto que anda a arranjar

 a sua condenação

Quem reze tome atenção

Quem não ande a leiloar

Ao fazer sua oração

Tenha Deus em seu lugar

No nosso quarto

Na escuridão

 Se falarmos ao Senhor

Tem mais valor a oração

Porque escuta com Amor

Falar em vão ao Senhor

Só porque quer nas vistas dar

Entendo que será melhor

Estar calado e não rezar

Banalização

Sei que é banal da vossa parte 
Desprezar o escritor e o poeta.
Mas, e se fosse crime 
Abandonar um poeta à sua pobreza humana
Se o poeta nunca vos abandonou,
Sozinhos na vossa ignorância profana.
 
Sei que acham banal assistir 
A coisas e a manter-se calados 
No canto porque foram educados a assistir
Mesmo a coisas que podessem ficar traumatizados
Quando o pai pedia que fossem educados
Quando ele fazia o sinal de silêncio.

Traição

O ato mais ignóbil de todos:
confiar o coração ao cirurgião
com seu bisturi sujo de almas.
Higiene precária na lâmina
percutindo, veia por veia;
Ele sova a aura inocente,
em problemas, distrações,
ou indulgências da mente.

Magoa o outro e não liga,
pois, pagaram-lhe o preço
da esperança pouco perdida.

Ossa Coronata

Inconstância das grandes metas
é um elástico pronto a romper,
a mentira que vai e vem, destrói!
Ter titubeado aos instintos, corrói!
Meus ossos ruindo no sacrilégio
que eu mesmo atenazo: Quebre!
Por favor, quebre, não a mim,
mas a impermanência ilusória;
o cervical que sustenta o templo
das mil e uma enganações do ego.

Estações Complicadas

Enfrentas o mundo pessoal,
impessoal é aquele imortal
que da lógica fria, inverne
o solstício contrário, e a neve
congela a primavera da razão.
Relação interpessoal do irmão
secando lágrimas feito outono,
fez do possível pelo teu afago,
mitigou os frutos, mas escarro
foi o que levaste na face.
Não entendes que ódio nasce
quando argumenta por via
dos rios de verão que morria;
lavando o sentimento de amor

Pingo de nada

Sou um pingo de nada
enaltecido de horrores
meu grito insano
clama por socorro
nasci agora
não sei por que estou aqui
e aqui ,seres eloquentes
prometem e agem contraditoriamente
nasci no meio de tanta sujeira
onde dizem que viver vale a pena
sou um pingo
desprovido de tudo
já me faltam as armas para vencer
me bastaria a paz
onde cessaria a dor
sou um pingo de incertezas
no amanhecer do futuro
sou um pingo de Josés e Marias
que vivem e choram
brincando de viver

Coração

Entre vértebras e assustada fé
Além do amor e dos perdidos amores
Os placebos não livram das dores
O amor que se sustenta na contramaré

Nem um coração safenado critica
Qual a dor mais profunda e criativa
Coração robotizado a vida desmotiva
Qual das veias o amor se aplica

Estrada de servis a melancólica estadia
Este leito é de muita brancura e solidão
Beijos são gotas vibrantes no coração

Sentem os anjos que tipo de emoção?
Daí Senhor metade desta sensatez
Aos humanos em aflita pequenez

Corvos

Garganta seca
não por falta d'agua
secura onde aperta este nó valente
um punhado de sementes indefesas
a mercê de solo seco
um amontoado de angustias
um soluço esburacando o peito
arrancaram as flores do jardim secreto
do coração inquieto
como se arruinou tão rápido assim...
esta fragilidade se alojou de vez
sepultaram para sempre
esta vila latente de mim
e deixaram tatuado de presente
esta saudade sem fim
miopia e o que acompanha ?
ao ver pássaros coloridos , que na verdade são corvos

Ausência

Ausência, do que a metamorfose meteórica está realizando
Daqui já vejo outro momento atravessando
Coroando as cãs e no cérebro
Que vai processando
A ausência não de abandono
Tentando se adequar a novos jogos.
É a nova juventude apostando...
Agora mais do que nunca compactando com as inovações!
Tecnologias, que despertam o nosso
Sono enquanto sonhávamos
Dispensaram o galo , do seu estridente bom dia matinal
A maioria juvenil prefere a cidade
Trocaram o verde pelo cinza.
As melodias, enlatadas

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