Miragem de escutar barulho de papel... De adocicar o roxo da maçã... ué! Mas não é vermelho? Pois então. Miragem de se germinar nas sementes do pão.. de se saciar nas cores, nos odores, nos sons... de se sonhar na fotografia que desembrulha o ontem... de viajar-se num barquinho de papelão...
é que talvez um grão de areia não possa, (não deva) se apaixonar pela estrela que brilha no céu...]
Bicho de Pé
Se sou esse inseto, e estou no seu pé, manda fabricar inseticida.
Numa nova fórmula, porque as que existem, não dão conta de uma vez me exterminar!
Poque te amo com um amor sem fim,,,
Gostaria de não está só no seu pé, gostaria de está em suas mãos!
Que tal em seus braços, para um delicioso abraço?
Ah! Você é médico, cuida de mim!
Estou doente, sou sua paciente!
Não quero remédio,quero você...Dá pra entender?
Simples,
é como me trata,
sínico,
é como me mata,
se tens de me tratar com educação,
vejo a negação,
estampada na testa,
que por mim já foi beijada,
e amada,
como sinal de respeito,
a teu simples jeito de amar.
77 O SONO
O sono é mais que uma viagem, ele nos leva a lugares perfeitos ou tenebrosos, as vezes fazemos coisas que na vida real é impossível de realizar.
Ao mesmo tempo que estou aqui, num segundo já estou ali...
Vou ver meu amor, pra poder abraçar!
Quando toco sua pele, já estou em outro lugar!
Saio voando por cima da Cidade contemplando as belezas matinais.
Num instante lá vou eu,acariciar meus animais.
Vejo parentes distantes, até os que já se foram!
Emílio Santiago, sem ódio,
viveu, encantou, mas vai
conhecer novo primórdio:
Cantar na Casa do Pai !!
“ Reticências “
Sublinho, pontuo, analiso… Escrevo,
Dança a caneta, no papel,
Da minha Alma, forneço a tinta,
E em cada palavra, o toque do pincel…
Voz que grita em cada frase,
Dor que sinto, no seu conteúdo,
Num ponto final, angustia caída,
Tristeza numa vírgula esbatida…
Guardo segredos, entre parênteses,
“ Sonhos… Apenas Sonhos “
Inequivocamente o vazio, ausente do corpo,
Que adormeceu na noite, que jazz no silêncio,
Irreflectido da consciência, espelho da Alma…
No ego, no ser, na consequência do nada,
Tão leve na intenção, por vezes deturpada,
Tão obscuro na sua essência,
Na resposta não dada…
Sobrevoa a mente, anestesia a Alma,
“ Vazio… “
Quem ouvirá o vento urrante,
Como folhas de florestas,
As brancas rochas rosnando,
Na luz brilhando,
Na lua caindo…
Um corpo de vela,
A tempestade murmurando,
O abismo movendo?
Quem ouvirá a voz delirante,
Sem pressa caindo,
Na agonia, no desespero,