Fantasia

Roubaram-me a lua

Os deuses roubaram-me a lua do céu

Imensa ela brilhava e encantava

E profundo e intenso aquele desnudado encanto,

A minha alma preenchia.

Cintilantes estrelas semeadas no firmamento

Enfeitiçavam-me e em mim desenhavam

O esplendor da vida.

E a lua que era o meu celestial guia,

No céu deixou de brilhar.

E a inquietação varreu o meu olhar

Num imenso mar de nostalgia,

Onde reina o meu coração.

E roubaram-me a lua...

Só para desvairarem o meu coração.

Por ela incessantemente procuro

Angelical

Agrestes brumas cerradas em mim sorriem
E a minha alma de dor respira
Incessantemente anjos busco sem tocar o seu sentir
E abraço sons que me trespassam sem pudor
E rasgam a minha alma de imunda dor,
Que me tocam e me dói e somente assim
O meu ser abraça esta realidade

Incógnita

Como vejo o meu quarto em alguns momentos sombrios.

 

Incógnita?

É um cubo, são seis lados.

Por estes estão amarrados.

Nem o demónio escutado.

É um quarto, e, é fechado.

É impuro aos sãos.

Aos divinos e aos cristãos.

Ninguém ouve, ninguém sente.

Ninguém fala, ninguém mente.

Entre o cheio e o vazio.

Faz calor como faz frio.

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