Geral

O zoinho daquela mulé

O zoinho daquela mulé

 

Apois seu dotô, eu vou lhe contar

Fui pra cidade ôto dia comprá ração

No armazem dei de cara com uma luz, um clarão

Quase que eu ceguei de tanta ofuscação

Dois zoinho brilhante que acendeu meu coração

Era uma moça tão linda, atendente no balcão

 

Adepois de uma longa prosa ela pegou na minha mão

Quase que eu me mijo de tanta emoção

Me chamou prum armoço de família, numa grande reunião

Nois vamos é namorá, e já pretendo casá adepois do são joão

 

A Ilha, Eu e Tu

A Ilha, Eu e Tu

Eu sou uma Ilha
E tu também
Porque ambos queremos ser felizes
E as Ilhas aparecem sempre
Milagrosamente
Depois do nada!

Eu sou Ilha e tu és Ilha
Porque ambos temos definitivamente
Uma História
Feita de incompreensões e vontade
Segredos e silêncios
Amores adormecidos
Com a força do vulcão
E a verdade dos sorrisos ganhos
Na pureza das levadas!

Depois

Depois da luz do sol se apagar
E de se dar vez ao luar
Escrevo eu este poema
Minha alma está pequena
E não paro de pensar
A lua
As estrelas
Tua beleza nua e crua
É das coisas mais belas
Que não vou comentar
O porque desta poesia
Vou apenas te amar
Amar, como tu querias
Não mais preciso escrever
A magia de te ver
Vasta-me para ser feliz
Poder tocar-te
É mais que desejar-te
Ou seja como quem diz
Vasta-me para ser feliz
Amar-te

Do Verbo Ficar

Do Verbo Ficar

 

 

Dia desses sem jeito, fiz um verso imperfeito, só pra ver de que jeito o meu coração ficaria.

Nos versos tinha dizeres de emoção, e todos eles mostravam de que jeito o meu coração ficaria.

Talvez quem fez os versos não tenha sido eu, talvez o meu coração malandro quis escrever seus próprios versos, só pra saber de que jeito o meu coração ficaria.

 

Charles Silva

QUANDO

Quando

 

Quando me abraça, sei que o mundo

No momento é quando...

 

Quando se cala, sei que naquele instante,

O teu silêncio é quando...

 

Quando te escuto, percebo teu corpo

Livre a tocar meus ouvidos.

 

Quando, tanto, pois, não me distraio,

Te encontro sorrindo.

 

Quando os nossos quandos, se esquecem

Dos porquês;  Somos as respostas e trancamos a porta.

 

Quando mais do sol se levanta, te digo não te cansas,

Pois a vida é mansa.

Importância da Poesia

Importância da Poesia

 

Nunca tente convencer os tolos

Da importância do céu

Dos lábios e do mel

 

Os tolos não entendem poesias

Dizem que todos podem

Ai que perdida!

 

Os tolos não enxergam

As esquinas dos sinos

O silêncio do brilho

 

Nunca tente, é perda de mundo

Os tolos morrerão lendo os mesmos jornais

Os poetas as estrelas.

A casa da minha infância

Enraizada entre as serras de ar fresco e calmo,
acolhida por uma inspiradora seiva campestre,
canteiro odorante desabrochando um eterno salmo,
aconchegando o morador no dia mais agreste.
-
Era a casinha de paredes caiadas e cobertas pelo amor...
De janelas brancas, abrigadas à beira do telhado,
de barra azul,  resistentes,  amparando qualquer dor,
reflectindo pelos vidros...  as rosas de tom rosado.

-
Os afectos desfrutavam  uma disposição apalaçada,

Nuvem Fria

Nuvem Fria

 

Veio uma nuvem fria e eu parti com ela

Ventos Nordeste me levaram a um vilarejo

Olhos atentos investigavam a minha chegada

Vi seios brancos numa janela entreaberta

Numa esquina parei, uma porta se abre

Bocas, olhos claros, batons vermelhos me convidam

Beijos molhados, sedentos, sem palavras audíveis

Unhas cravadas, cabelos soltos, roupa rasgada

Sou o desejo do corpo de alguém que me esperava

Salivas misturadas, líquidos, secreções que escorrem ardentes

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