Geral

TAKE ZERO

 

TAKE  ZERO

 

nessas horas escassas

nessas mesas vagas

eu me sentei disperso

-a favor do vento-

para construir uma ilusória historia

com típica encenação surreal

que poderia se adaptar

a uma sequência original

fotografada pelas lentes

de uma câmera retrô super-8

e com ela obter a máxima performance

dos prováveis atores do set...

e que o novelo da história

desenvolvesse uma trama 

que incitasse o público a sonhar

Decadência

Percorra os galhos dessa seiva, pobre vida
E Voe como corvo atrás de seu alimento
Pereci tem muito tempo, feito Júlio César
Meu império não morre, volto para vingar
Não digladie comigo, pérfido sujeito; fuja
Quando ainda pode, sua alma cairá feito
Roma, pois o provérbio do guerreiro dita:
Quando Roma vive, o mundo sobrevive
Quando Roma cai, o mundo inteiro decai.

Batalhando contra a poesia

Ophel deve ter sido amaldiçoado,
seu autoflagelo com sua caneta,
punia-se ao lançar palavras
contra a folha, como que fincado
na terra, o espantalho semântico.
Aprecia a verdadeira poesia,
como o perfume de primavera,
aos sonetos do velho marujo.
Sentia-se morgado quando uma
rima limitava o coração da
sentença; ele, tolo homem,
está preso junto aos falsos
poetas, de que se orgulham

AUTO DE TODOS OS DIAS

 

 

tracks / barracos

pilhas: torres de açúcar amargo

filas de condenados

vagando vagando pelos condados

no olho tóxico do furacão

devorando o lixo acumulado

em quartzos sem luz

frases / fetos / objetos diretos

cuidam de seus anonimatos

como se cuida do próximo

do próximo ausente

com a frieza de carnívoros famintos

perante a ante-sala

à espera da presa que certamente

virá: eu

com cautela e mantra e oração forte

invulnerável à  luz do dia

Supressão do ego

Quatro do dez de dois mil e vinte e um
as redes caíram,
o jovem não sabe se distrair.
Respira, toma refri, engole a ansiedade:
almoço tomado.
Vai pro Twitter reclamar da falta dos
seus comprimidos diários;
paciente à beira da crise está sem
psiquiatra, não quer nem tentar o
divã consigo mesmo.

Sentido

Poeta sozinho no escuro,
com crânios de estimação
ao lado, às folhas do mundo
na perícia de um escrivão.
À procura de um fascínio.
Aquele que dá vasão a tudo,
acusado por morticínio,
limpa a alma do sujo
agir dos homens, mas
na contramão do fugir,
concomitante, ele apraz;
a ínfima fagulha do existir.
Confunde amor e ódio,
regurgita o instinto de viver
enquanto afirma o ópio:

Pedido

O amor , precioso e de grande efeito, curativo elixir
Único na vida para sempre todo humano usar
Quero as feridas que doerem, ver extinguir
Amor espiritualizado suavemente na vida cuidar

Deus! , por favor mais uma vez me  acuda!
Eu preciso tirar minha musa, do meu intenso sonhar
Sem ser perfeita , esse afeto será espetacular ajuda
Grande amor, deverás na Terra que venha se perpetuar

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