MISERIA SANTA
Autor: Guilherme de Azevedo on Saturday, 17 November 2012Entrando esta manhã n'um templo da cidade
Aberto á multidão mas triste e quasi só,
O ver ao desamparo a velha magestade
N'um throno a desabar, meteu-me certo dó.
Restavam tão somente alguns dourados velhos
Do passado esplendor, e foi-me facil ver
Que uma nuvem de pó cobria os evangelhos
Como cousa esquecida e impropria de se ler!
A virgem, sobretudo; a mãe predestinada
Que o Golgotha lavou nas lagrimas de fel
Que sempre hade chorar toda a mulher amada,
Ou seja a mãe de Christo, ou seja a de Rossel;