Prologo
Autor: António Nobre on Sunday, 18 November 2012Em hora de afflicçãô, molhei a penna
	Na chaga aberta d'esse corpo amado,
	Mas n'uma chaga a suppurar gangrena,
	Cheia de puz, de sangue já coalhado!
	E depois, com a mão firme e serena,
	Compuz este missal d'um torturado:
	Talvez choreis, talvez vos faça pena...
	Chorae! que immenso tenho eu já chorado.
	Abri-o! Orae com devoção sincera!
	E, à leitura final d'uma oração,
	Vereis cair no solo uma chymera...