Natureza

Viemos Em Paz Mas Não Somos Covardes...

Onda com onda
O mar bate a tarde. 
Vento com vento,
Não somos covardes...
 
O mar nos traz paz,
Nos lembra a amizade!
Os sonhos batem
Batem com vontade...
 
Os dias passam,
Passam com a vaidade.
Vida com vida
Nos pensamentos
 
Eterna ferida.
Eternos momentos.
Chega uma hora que a gente admite
E explode como dinamite!

Nas asas do silêncio

Nas asas do silêncio
 
E quando penso 
que nada passa
assim me expresso
porque a vida se apressa
e tudo resta tal como tudo... o vento levou 
tudo,
tudo que se desembaraça da vida
qual argamassa impressa
na semelhança das manhãs 
que sorriem descalças
entre a noite e o dia
agora disfarçados
sem enganos esboçados numa promessa
ou palavras de amor repensadas

Eflúvio do Esqueleto

O esqueleto acabado
Que agora está em paz
Numa dor cortante
Com uma cor vibrante
Abria muito a boca 
E explanava a toca.
Mentia como um alguém
Que não temia nada
De ninguém. 
O esqueleto estrompado
Que havia sido enterrado
Esquecido, usado e pisado
Não tinha mais um eflúvio.
 
(Nada mais dele era emanado...)
 
25 . 11 . 2014
 

O Universo Recompensa E Despensa.

O universo recompensa 
E despensa
Um herói de cada vez;
Um dia de cada mês...
Um mês sofrido na miséria.
Um mês tirado pra férias.
 
O universo, sim,
O universo recompensa
Os heróis de cada tempo.
A mensagem do poeta
Pra cada geração
Não pode ser em vão.
O universo recompensa a impaciência 
Paciente
De todos que pediram perdão!...
 

A Borboleta

A borboleta
 
Ao fim de muitos dias
assim passados
no casulo intemporal
onde tecemos o ninho da borboleta
lá saimos completando o segredo
tantas vezes reprimido
outras tanto realçado 
nas asas do vento que leva
mais um pouco de nós mesmos
perfumando até o tempo dissuasor
com o perfume de cada semente
que choraminga de flor em flor
desprendida poisando
entre mágoas fiéis

Este Alentejo

tão longe o horizonte do sonhador
pequeno pedaço de tela ao abandono
torrando na pele braseiro ao calor
o cheiro do alecrim na terra sem dono

Pátria mãe colo da nossa alma
terra nua que teima em ser bela
sulcos no rosto rugas que à calma
secam  o suor de quem a trabalha

Ventos do sul reforçam o orgulho
manifesto puro do ser humano
deste chão imenso ser seu filho
 honrar quem nasce alentejano!

Cativeiro

Cativeiro
 
De que alimento eu
minha alma,
perdida e sem
mais saber voar
sem voz na oração ousar
 
perco-me em sussurros 
à deriva do teu esboço
esguio esbelto
sempre em alvoroço
sem ter nem ser mais eu
porque me perco
em tua esquina sem remorso
 
a luz perdeu-se agora
tão fria, tão minha
tão sozinha minha amiga
como está carente

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