Natureza

Neve

Cai neve lá fora sinto-me encurralada

Se o tempo não melhora, não posso sair, não posso fazer nada

Resta-me pegar no livro que á muito esqueci

Olhando através do vidro que com o meu calor humedeci

O tempo está passando, está frio lá fora

A neve que teima em cair, cai a toda a hora

Continuo lendo o meu livro, desviando o meu olhar

Para ver a neve cair, e a rua com ela se cobrir

Desfolhando cada página que me leva a sonhar

Um novo pensamento a cada leitura

Uma história que me faz sorrir

Desistir seria esquecer

Supera esta inquietude um sopro repentino. Semelhante a uma brisa que corre pela tarde desvanecida em céu de tons mistos. Sabe a inverno e neste se faz sentir o conforto do interior. Pela noite fora e até a madrugada chegar à porta, limpam-se os pés molhados no tapete junto à porta das traseiras. Esta entra sem cerimónias e senta-se ali no sofá de canto, aconchegando os pés de seda sem esquecimento das lágrimas que agora secam sem piedade.

Luzes

As luzes da cidade anunciam

O inverno está chegando

E no céu as estrelas esmaecem 

Com medo da escuridão.

Tudo que eu queria era ver aquela estrela

Que perto da lua brilhava

E logo esvoaçava

Na infnita imensidão dos seus olhos.

 

E o som do mar, o som do vento, de nós

Perdeu força

Para o som dos motores

Para o som dos tiros.

Tudo que eu queria era ouvir aquela música

Que diz que o amor

É coisa para profissional.

 

E as arvores, serenas e nobres

caíram

Bela vista

 

O vento no rosto, sol no ocaso.

A última fruta daquela arvore

As abelhas voam em ziguezague

Lá no fundo dois gaviões

As nuvens escoam sem pressa pelo céu azul

O lindo céu azul

Maculado pelo crepúsculo

Como um coração que sangra

Ao ver a partida do seu amor

O sol desaparece paulatinamente

O céu chora e suas lágrimas são brilhantes

Aflora sentimentos, materializa desejos.

Prantos se dissolvem, nascem sorrisos.

Alivia dores, inspira poetas.

O CAVALO GATEADO

ESSA É UMA HISTÓRIA REAL SOBRE UM “CAVALO GATEADO” QUE UM GURI TRAZ PARA PASTAR AQUI EM FRENTE DE MINHA CASA.  A PATROA RECLAMA, PORÉM EU, AO CONTRÁRIO, AGRADEÇO AO ANIMAL, POIS NÃO PRECISO MAIS PEGAR NA ENXADA PARA CORTAR O PASTO.

Aqui em casa, parte da frente

Valeta, pasto e bueiro

Polvadeira o ano inteiro

Com intervalo embarrado

Um cavalo pelo gateado

Pasta e deixa a grama rente

 

Um guri de apelido “Teteu”

Traz o bicho atado na corda

Minha mulher sempre discorda

Porque o cavalo faz sujeira

ILNÁ

No longínquo e brando vale
Que talvez ninguém conheça,
No cimo da rama espessa
Canta à mata o sabiá!
Mas... do riacho na fímbria,
Quando a sombra ali passeia
Da nuvem que se roxeia-
- melhor é o canto de Ilná!

Sentada na tenra alfombra,
C`os pés boiando nas águas
Ó, não afligem-lhe as mágoas
Que traz a vil solidão;
Ilná conversa c`oas flores,
E beija o vento arredio,
E nada nua no rio,
Como a filha do sertão!

MEIO AMBIENTE

    MEIO AMBIENTE

Era aula de matemática...

E um menino por nome Jacó...

Disse: Resolvi meu problema!

Matando dois coelhos, com uma paulada só!

 

Entrou o professor de biologia e disse: -  O  que é isso?

Sem entender o que acontecia...

Vou reforçar a aula desse dia...

Matar animal é covardia!

 

Com a morte deste dois coelhos, dói me  o  coração.

Você virou instrumento de destruição?

Não professor, foi só um ditado  popular!

O problema que eu  resolvi rápido, é a aula de matemática...

SUA MAGESTADE O PINHEIRO

VEJO TREMULAR EM MINHA FRENTE.

UM LINDO PINHEIRO!

IMPONENTE...

MAS UM HOMEM INDIFERENTE...

USANDO UMA SERRA ELÉTRICA!

CORTOU SEUS GALHOS, BEM RENTE!

MAS O PINHEIRO COITADO!

DECIDIU, QUE IRIA EM FRENTE.

EM MEIO AO BURBURINHO DA CIDADE.

ELE VALENTE!

FEZ BROTAR NOVAMENTE, SEUS GALHOS.

QUE  HOMEM HAVIA  ARRANCADO.

PENSANDO PROTEGER, O AMBIENTE!

E O PINHEIRO, INDIFERENTE.

SEGUIU A CRESCER CONTENTE!

DERROTOU O HOMEM NA TERRA!

HOJE EU O VEJO ALI.

MAGESTOSO!

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