Pensamento

Descanso no Outono

O silêncio tomou-me por horas.

E coloquei a ponta dos pés na água morna.

Assim demorei.

Aos poucos, o ritmo da monotonia foi criando passos,

Usando os meus,

Em direção qualquer.

 

Por horas estive sonhando,

Um sonho tão profundo,

Que apenas lúcido conseguiria vislumbrar.

Em meu sonho, algo sussurrava

Um mistério tão profundo

Em nome do Pai

O caminho da janela se deitou em minha vida

E as flores deste chão cicatrizaram as feridas

Diz a hóstia, diz o dízimo, diz a virgem imaculada

Que se deita em sua cama, que te ama e não diz nada

 

As crianças quando dormem sentem medo do escuro

Como pesa a consciência noutros jogos do absurdo

Falam na obediência de um deus desconhecido

Que se conta nos salvar colocando-nos em perigo

Meus Queridos Sonhos

Sonhos que sonhei
E amei.
Sonhos que ficaram presos
Nas entranhadas do passado.
E sonhos
Que se dispersaram pelas ânsias do futuro.
Sonhos, meus queridos sonhos,
Sonhos destruídos pela crueldade da vida,
Sonhos apagados da memória,
Sonhos que já não o são,
Sonhos que já esqueci,
Sonhos que já perdi,
Sonhos, meus queridos sonhos,
Poucos foram os concretizados!

Espaço

O Espaço
Pode-se dizer que o espaço
É um universal abraço
Ou um coração de mãe
Que tudo abriga e dispõe.
Cada ser tem seu lugar
Sempre um ponto onde ficar.
Os objetos finitos
São amostras de seu infinito.

Uns dizem que é ideal
Outros que o espaço é real
Que é o aqui, o ali e o distante.
Noção a priori diz Kant.
Ideia em seu intelecto
Do lugar em que os objetos
São dispostos no sensível
Mundo, que a nós é visível.

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