Prosa Poética

Amante de pele nua

Nasce a espuma na boca do Sol da ternura,

navego o limiar do teu corpo

mais amante durante a cintilância da lua.

 

Rendo-me ao alfabeto de nexo desmedido,

rendo-me à desordem das ondas,

não posso não desejar

o desejo de jamais ter-te em mim,

desce porém até à argila húmida,

bebe-me a sede tão perdidamente sem nome.

 

E começa a minha mão a tocar-te

no fundo da vida,

SONHO QUE PARECE SONHO

                                    SONHO QUE PARECE SONHO

Sonhei que estava sonhando, contando um sonho, à alguém que sonhavas que alguém contava um sonho e no sonho era alguém que sonhou que era apenas um sonho.

  Sonhar, sonhar e sonhar! Sonho e mais sonhos... Mas na verdade estava dormindo; sonhando que estava  acordado; sonho engraçado! No sonho, eu acordava, mas estava dormindo... Acordei! Sorrindo!

 

Autora: Madalena Cordeiro...

Infância

A acreditar

crescemos invencíveis

conquistamos o mundo

realizamos sonhos

percorremos tudo

imaginámos mais!

 

Se no fio pousavam os pardais

também nós podíamos voar

porque bastava tentar

sempre mais e mais!

 

Em bando

Volta amor...

o desejo é uma aurora no poema

do meu próprio delírio,

pois agora sinto tudo o

que as aves sentem com um sopro

dos ventos contrários.

 

Diz-me se vens hoje essência faminta,

contigo sou  o possível,

sou  a mulher das ondas infinitas,

sou a manhã,

sou o colo da tua noite,

sou o pássaro que sobrevoa os primeiros lábios

que tremem na solidão.

 

PELE

Esta pele que há em mim

pulsa 

o que por dentro eu sou

envolve 

mil eus que coexistem em mim 

numa paz -pólvora 

sempre pronta a explodir...

como mil pombas a esvoaçar pedaços de mim

num puzzle inacabado mas emoldurado

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