Prosa Poética

Voa comigo…

Voa comigo

neste perpetuo manto azul,

sente o beijar da brisa,

neste espaço sem tempo,

sem verdade, sem mentira,

 

Voa comigo….

nesta magnifica quimera de amor,

que Sobrevoa a realidade da fantasia,

 

Voa comigo..

no turbilhão das memórias feitas,

na lisura do ar respirável,

neste beijo rasgado pela alma

entregue ao abandono prazer,

 

Voa comigo…..

nas asas do amor

ao som do vento melódico

que trespassa os espaços vazios

Falo-te…

Falo-te…

Nas águas turvas da fonte da praça,

na espera retida no meu olhar espelhado

na saudade,

 

Falo-te….

do amor que percorre o meu ser

que se afoga no teu querer,

 

Falo-te,

de momentos presentes ausentes,

prazenteados e liquefeitos pelas águas fontenárias .

 

Falo-te..

da voz poética que ancora no meu coração,

dos meus segredos hipotéticos,

dos sonhos que me conduzem ao imaginário,

 

Falo-te….

no silêncio do meu rosto,

No meu silêncio…..

No meu silêncio…..

No meu silêncio….
escuto a escrava liberdade 
da tua presença ausente,

No meu silêncio…..
abraço o meu manto branco puro
repleto de ternura,

No meu silêncio……
escuto a salvação do pecado carnal
embebida pelo odor do prazer,

No meu silêncio….
desmistifico o mistério da vida 
que estremece o meu espírito,

No meu silêncio…..
o meu corpo mar dorme
e a alma desperta.

Poeta, filha de Eros…

Poeta, filha de Eros…

mergulho nas águas profundas,

puras e pacíficas,

levo-te,

rodopio-te,

agito-te,

ondeio o meu corpo de sereia

na tua corrente ardente de desejo,

e nesta dança descontrolada,

como de corpos tivéssemos trocado,

fizemos Amor…

despojo em mim, gota a gota todo

o teu querer em meu ser.

 

 

Poeta, filha de Eros….

No silêncio das águas

afogo os nossos beijos

em seguro abraço.

 

Poeta, filha de Eros…

A dança….

A dança….

A chave que abre o meu jardim,

sentir  o calor de ti em mim,

parar o tempo e fazer cada segundo eternizar

no meu mar que se fez em mim tua poesia,

almas que se encontram.

meu corpo de mulher selvagem

que escava em ti

e vibra em todo o teu ser.

Fundi-te em meu olhar,

no olhar de ausência.

És tu a minha sede,

a minha ânsia sem limites,

a minha graça,

a voz que entoa no meu peito.

Sou tua trepadeira colorida,

sou água,

sou fogo,

sou ar,

O que esperas de mim?

O que esperas de mim?

O que esperas de mim?

A alegria alegrada?

A fantasia realizada?

O encantamento encantado?

O amor amado?

A beleza embelezada?

ou,

a simplicidade simplificada?

A natureza natural?

ou,

Ser eu?

Te direi um dia…

e tomando a lua como testemunha,

que eu sou o presente,

presenteado pela mãe natureza,

o lugar colorido da tua presença,

o teu colo,

o teu rosto,

o teu leito,

o teu olhar,

o teu tempo,

Na sombra da Noite

Na sombra da Noite

Hoje na sombra da noite sou o teu amanhecer..

deixarei a sombra para te ter,

pousarei em teu rosto a cor do meu ser,

e como a arvore, abrirei os meus braços,

e no embaraço,

embaraçoso,

sentirei teu perfume harmonioso.

 

Serei a sombra da noite fundida na lua,

Serei tua,

tua rainha,

desnuda e linda,

espelho da alma

que acorda a alba.

 

Serei o alfabeto do Tacto,

o sentir do acto,

o olfacto,

do amanhecer,

Dentro do Amor absoluto…

Dentro do Amor absoluto…

dentro de nós,

viver vulcanicamente,

Todo o fogo intrínseco,

expelir a lava em chama viva

estendida em rocha fria.

Bebermo-nos nesta inquietude,

sermos o instante, o mistério,

a fúria, o medo, a carência,

o chão,

sermos nós,

duas almas fundidas num só espírito.

 

Dentro do Amor absoluto..

trilhar becos, caminhos puros,

sem mapas,

na essência da nudez,

num abraço liquefeito

Perder-te na solidão..

Perder-te na solidão..

 

é ouvir o eco do silêncio,

caminhar na sombra assombrada

da ausência do teu cheiro, de te ter,

do tacto,

do abraço,

de tudo e de nada.

 

Perder-te na solidão…

é o frio derretido

em meu corpo gélido,

imóvel,

despedaçado,

em lama sem cor.

 

Perder-te na solidão..

hoje sem teu querer,

sem mim em ti,

sem a luz,

com tempo 

e espaço.

 

O perigo do corpo a fluir…

O perigo do corpo a fluir…

Entrego-me explosiva, em labareda viva,

morde a minha carne,

bebe-me de Amor.

Rasteja o teu corpo,

mergulha na minha fonte,

dá-me a mão que bate a

todo o tempo o tambor

do Amor.

Amo –te.

 

Invento o sentido,

a direção,

a velocidade,

o tempo,

o Agora

e recaio em flecha

no teu corpo,

perfuro a tua lua

cintilante no teu olhar.

Amo-te.

 

Beija os meus lábios molhados,

de loucuras,

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