Prosa Poética
Infinito paradoxo
Autor: Frederico De Castro on Friday, 25 March 2022
Neste infinito paradoxo ausenta-se a lógica e a antítese
Dos silêncios paralelísticos, linguísticos e tão contraditórios
Resta à intuição lúcida e incoerente redesenhar as mesmas
Discrepâncias contidas em tantas palavras impugnadas e irreverentes
Neste infinito paradoxo a convexidade de um eco plana à superfície
No meio de mim
Autor: Frederico De Castro on Friday, 18 March 2022
No meio de mim flutua uma prece corroborante e prolixa
Sucinta toda ela se engalana de palavras corteses e profundas
É o retrato da fé que se esgueira no meio de luminescências fecundas
No meio de mim o silêncio traduz-se num eco casto, esdrúxulo e gentil
É o axioma matemático onde se multiplica um afago e um olhar de perfil
A serenidade dos silêncios
Autor: Frederico De Castro on Thursday, 10 March 2022
Vi-me dentro da bolha dos ternos silêncios estáticos
Deixei a alma fundir-se com todos os lamentos axiomáticos
Deixei as palavras exprimirem sua raiva contida num uivo selvático
Na serenidade dos silêncios flutua a manhã convertida num eco apático
Perdido na serenidade do tempo esvai-se um segundo bravio e matemático
E depois da guerra...
Autor: Frederico De Castro on Monday, 7 March 2022
E depois da guerra… a vida esvai-se esventrada, quase excomungada
Em plena escuridão escorrega um absurdo breu deprimido, derrotado
Ali peleja um abrupto lamento, qual clangor ou gemido não acudido
Apavora um silvo doloroso, quase perpétuo, fluindo tão contundido
E depois da guerra…vagueia um triste lamento asfixiado…quase aturdido
Noite volátil
Autor: Frederico De Castro on Sunday, 27 February 2022Acuda-me, Maria
Autor: Reirazinho on Thursday, 24 February 2022A penúria de um drogado
Autor: Reirazinho on Friday, 18 February 2022Um dia as artérias irão soterrar pela decadência suja. As agulhas enferrujadas não injetarão misericórdia. Os zumbis cairão em pedaços inúteis e uma pomba branca voará o céu. Uma ode a Notus, o filho bastardo da família desprezível, aquele fleumático disperso tangente a sua realidade. O homem sem objetivo, sem rumo e decência nas normas da vida. Pensou tanto no que fazer, nada fez. Lamentou tanto no que poderia errar, errou mortalmente.
Escuridão intimidante
Autor: Frederico De Castro on Thursday, 17 February 2022
Nesta escuridão intimidante cada breu jaz acabrunhado e excitante
Pernoita no algeroz dos mais infinitos e apaziguantes ecos pujantes
Envolve-se num ritual de palavras ardendo no crematório dos desejos asfixiantes
Nesta escuridão intimidante as sombras deambulam pelo parapeito das tristezas urgentes