Vlora, la nave dolce
Vlora minha deusa tempestiva
Pra onde levaras tantas almas?
Quantas suportas transportar
Além-mar, terra e ar?
O que pesa mais em teu lombo
Os corpos flagelados,
As almas ultrajadas,
Ou os corações dilacerados?
Sei que teus olhos são cegos
Levas aquele que quer ir
E o que nunca gostaria de partir.
Leva a todos com o mesmo gosto
E o mesmo insano desgosto
Não importa a raça ou a cor
Tu tens o calibre da morte
Que a todos acolhe sem rancor.
Cópia visceral
Perco tudo até a cabeça
Embora creia que a cabeça
Seja a única coisa que
Não devo nunca perder
Mas perco também os pés
Os braços e as vísceras
E todas estas perdas
São programadas pelo destino
Que me atrai feito imã
Com atino me dedico
Estou a procura de outras
Cabeças, pés, braços e vísceras
Que poderiam ser melhor
Ou compatíveis com as minhas
