Naquela Madrugada

NAQUELA MADRUGADA

Mordi o teu lábio.

Devagar,
deixei o meu corpo deslizar pelas tuas mãos
as paredes mansas do quarto devolviam a respiração
ainda vi a lua a brilhar pelas persianas entreabertas,
quando acendeste no meu peito uma fogueira,
recordei o último caso de amor falhado
vi a sombra da tristeza a bailar no teto,
estremeci com os beijos quentes que espalhavas ao acaso no meu pescoço.

os fundamentos da alma

refugio-me onde os loucos descerram os sortilégios que entram pelo canal da inovação; o seu catálogo flutua no mar profundo quando a natureza é um espelho que demonstra a realidade dos cânticos acerbos ou românticos e as equimoses são medalhas que a fantasia põe em quem realiza tamanhas produções.

 

 

 

 

os fundamentos da alma

no lugarejo típico dos homens a mente é proporcional à evolução: nos primórdios eles apanhavam o pulso às suas leviandades e gritavam por socorro; agora não temem rebentar dentro duma vestimenta: são percalços que refletem o espanto quando se interroga o sentimento de pertença a um ideal.

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