Indumentária furtiva

Recordo tudo com a memória
 
vinculada em mim
 
Engaveto saudades em prateleiras
 
disponíveis no passar dos tempos
 
 
Faculto à liberdade todas as
 
algemas onde imponho
 
cada presídio cativo dentro de mim
 
Deixo pra outros uma
 
parcela de futuro
 
onde não cabe mais
 
a centelha de tempo passado

Deixo passarem as horas aguardando a remissão

 
 
Por vezes tento dissimilar,
não posso esconder a dor.
Agradar a alma inquieta
apenas com lembranças,
emoções evanescentes
ainda que na memória recentes,
dos últimos acontecimentos.
 
Insone, 
esperando nascer o sol,
aguardando na aurora carmesim 
um ramo de oliveira,
mantendo a alma ansiosa. 
 
Como a chuva que lá fora
tamborila sobre as vidraças,

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