Desconcertante

Cuida de mim
 
quando a noite nos envolver
 
em mantos nocturnos
 
confinando-nos em prantos
 
de solidão aspergida em cada
 
silêncio deste nosso folclore
 
de vida
 
 
Faz-te toda meu trampolim
 
nesta minha poesia
 
razão de todo meu viver
 
Acontece-te na manhã tranquila
 
veloz

Talvez

 

Talvez!

De incerto destino
Floresceu!
Absurdo?
Talvez!
Busca incessante...
Noite de primavera
Sol de verão
Oásis do amor
Brumas do mar
Água...
Riacho sereno
Melancolia
Saudade sem esperança
Turbulência de vida inventada
Ecos de silêncio
Sono agitado
Erosão da alma?
Talvez!

O Hospedeiro

Nos teus selectos pensamentos
 
unimos cada segundo que se escoa
 
em perdidos silêncios
 
reescritos em letras reclusas
 
onde o tempo ferido ecoa
 
e as palavras férteis jamais se escusam
 
 
Foram passando
 
outras recordações
 
pintando nossos felizes dias
 
com afagos deixados
 
por saudades palmilhadas

Distância

Naquele oceano navegava

navegava para bem distante 

para esquecer tudo

para se aventurar

distanciar, e nunca mais voltar

 

Me perco no mar sem rumo

não quero mais voltar

estou decidido, não posso parar.

A imensidão desse mar 

é uma fria eternidade

 

Sem som, sem voz

me distância de tudo

me distância das coisas

agora estou só

na imensidão do mar

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