secamente

secamente a semente 
seca minha mente 
e numa sacada seca 
de secura
te fiz chorar 
e bebi sua lágrima
além de lá
Alain Delon
nous avons
quelque chose
en commun
de longe
o ser seco 
é o ser só
e ter sorte
faz parte
sequelei na semelhança
da lembrança
e saquei a sequela
da mudança
e por um triz
te fazia feliz.

Transtorno

Desfiz-me por inteiro,
Agarrei as mesuras de meus sentidos,
Como que recaia na vista entreaberta e encarnada-mente envenenada,

Sobrepus em minha carteira de cerejeira com vitral suave,
Quantos sóis e cometas bruscos,
Um pequeno infinito em uma limitada tábua rasa,
Grandes e altivas alienações...

Vigilante de galáxia em galáxia,
Porteiro da minha própria Fantasia,
Que confusamente avivo de alma ou capricho a mim cingido.

A musica nao parava

A musica não parava
Trombones, trompetes
Flautas e clarinetes
Batuques melodias 
Tambores baterias
Vozes graves e finas 
Ecoavam no salão
E la vinha o acordeão
Triângulo violino violão
A cuíca era o que mais chamava atenção 
e o kazoo ficava atrás não.
O piano as palmas os assobios
Deu até um arrepio
Tanta alegria
Tanta beleza
Mas a luz acabou
E a música parou.
 

Deve Servir

Encosto com recompensa
Aberto sem recompensa
Relvas a correr com o vento
Sujo da terra em excremento
 
O Bicho da conta ao quadrado
Em árvore de planta de chá
Demasiado ocupado
No som do Um-dó-li-tá
 
Carrapato sentado
Nas raízes do relvado

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