A Lua

Lá nos montes da minha aldeia
Choram as fontes pela lua cheia,
Quando o sol desaparece
Então lá do alto a lua desce

Vai contar às fontes que o seu amor
A quem os montes escondem a cor,
Não olha para ela, só ele quer aparecer,
De noite serve-se dela para o seu brilho se ver

Mas, nem sempre a ilumina inteira
Porque diz que ela é feiticeira,
Fios de prata a lua foi chorando,
Luminosos pela sua face rolando

O Homem Robô.

Nos dias de hoje,
O homem depende da imagem pública.
Depende do avião... 
Depende da maleta...
(Depende do fato de não ter um coração.)
 
Nos dias de hoje,
O homem depende da televisão.
Depende da gravata...
E do seu script digital. 
Depende do cartão de crédito.
Da comunicação.
E também da sua imagem pessoal. 
(Uau!)
 
Nos dias de hoje,

Em silêncios...

Em silêncios
 
pela calada da noite
 
adormeço teus olhos
 
perto de minha’álma
 
que anda extenuada
 
à procura da tua imutável
 
 
- O inverno solta seu frio
 
e assim timido mas intenso
 
te procuro em brasas com incensos
 
que me trespassam qual calor ameno
 
em gargalhadas que varrem
 

Conquistador

Sentada à beira mar
Ao fim do dia
Eu só ouvia a voz
Da maresia
 
Dentro do meu peito
Eu ouvia o clamor
Era ela a chamar
Meu coração conquistador
 
Vem comigo conquistar
A terra e o mar
Vem comigo descobrir
Como é bom navegar
 
Já conquistei terras
Naveguei por navegar
Conheci tantos lugares
Que nem vais imaginar
 
Vivi maus momentos
De loucura e de dor
Com grandes tempestades
E com noites de calor
 
Era noite e eu sentia

Noite ambulante

- Perdeu-se a noite ambulante
 
queda-se o dia tão errante
 
e nossa estrela cintilante irrompe
 
brilhando nos véus castos
 
onde purifiquei a luz
 
que freme escaldante
 
 
- Perdeu-se a noite
 
deambulando entre luares
 
amando diluídos entre a escuridão
 
onde desabrocham
 
perfumando a atmosfera

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