Amor

Caminho proíbido

Cedo-te por agora meus horizontes
 
em cascatas de ouro e plátano
 
 
indicarei todos os caminhos
 
que existirem entre as flores ao luar
 
e outras lendas deixadas por contar
 
 
e da terra amorosa e sentida, te abraço ávido
 
fluindo macio no teu colo
 
à luz da luz dourada atrevida
 
que te espreita e não me proíbe
 

Lágrimas do silêncio

Lágrimas do silêncio
 
O que restou 
quando nossos sorrisos se transformaram 
em lágrimas 
e nossas vontades estavam em dívida
o que restou
hoje tudo parece como no cinema 
onde assistimos ao 
amor renascer, desabrochar
por nós mesmos, onde ninguém quer
ceder ou se entregar por inteiro
 
o que restou...das lágrimas,
o silêncio
quando vivemos a vida por inteiro

DEVANEIOS

DEVANEIOS

Anda vem acariciar meu corpo
Nu e despido de preconceito,
Vem ímpia, pura e sedutora
Aquecer meu espírito em meu leito,
Vem perdida nesses teus olhos
De amor que enamoram o luar,
Vem dar-me um beijo quente de sonho
Para meu desejo arrefecer e saciar.
Vem aquecer meu corpo com o teu,
humedecer meus lábios
Secos e sedentos de desejo
Como o sol no seu apogeu
Da lua esperando um beijo.
Anda subir e descer o universo
Cruzando estes caminhos singulares
Do amor mais perverso 
Neste natal de prendas jubilares.
Vem caminhar na neve gélida
Neste frio de lembranças deleitosas
E unir os pés com minhas mãos
Como um embrião inseparável,
Anda vem acariciar meu corpo
Que se derrete como neve em pranto
Nesta paixão delirante e inconsolável
Que trespassa este corpo branco
De febre gélida e imensurável.
Corre em nós a poesia e o pranto
Corre em nós o amor e o desalento
Foge de nós a paixão como o vento,
Sobra de nós um desejo e um canto,
E na cobardia e nos devaneios do momento 
Ficam as prendas os gestos e as palavras
Aquecendo este festivo nascimento.

Jorge Manuel Ramos

 

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