Desilusão

Afogamento

De tempos a tempos, quando não sempre,
Invade-me o corpo um impiedoso amor
E transborda pelos meus poros,
Materializa-se em grossas lágrimas,
Cristalinas da mais pura mágoa,
Em suspiros e tremores de alucinado,
Sintomas de não ser, em retorno, amado.

Palhaços

Qual é a face humana que realmente se mostra?

Aquela que se escancara em um fingido sorriso?

Ou aquela outra que se enruga em profundo ciso?

Qual merece crédito quando na face se prostra?

 

Sim, porque se escondemos a nossa dor nas risadas

Apenas para que de nossa dor ninguém mais saiba

Também escondemos  a alegria para que não caiba

O escárnio e a indiferença de canalhas disfarçadas.

 

Ri coração, escarnece de ti mesmo, triste palhaço

E tira, inda que seja à força, de sua fria mônada

POR NÃO ESPERAR MAIS NADA

Veio a manhã antecipar a hora
Da certeza que, em ti, já pressentia
Pelo que a tua boca não dizia
Mas confirmavas em cada demora.

Crescia a solidão, quando, lá fora
A noite amiga, ainda se estendia
Em disputa de tempo com o dia
Desfasando-lhe o despontar da aurora.

Por fim, sentiu-se a noite tão vencida
E tão fora do tempo que era seu
Que se desfez, cedendo à madrugada
Que chegou, sem saber que era a medida
De um tempo novo, em que serei só eu
A esperá-la... por não esperar mais nada.

MAIS UMA PÁGINA

 

Mais uma página volto, neste livro

Que dia-a-dia escrevo, em sofrimento

São páginas pintadas, de cores tristes

Que povoam em permanência, o pensamento.

 

Pintadas com cores, que não são belas

Não têm brilho, textura, nem beleza

Escuras, que nos cegam, e nos tolhem

Que doem, nos magoam…dão tristeza.

 

Neste livro que escrevo, hora-a-hora

Com palavras que são, o meu sentir

De novo outra uma página, escreverei

Onde lá não está gravado, o meu sorrir.

 

Desencontros

Nos rios desta vida te invento
Bebendo teus beijos de água tépida
E banhando-me ao vento
Em tua pele macia e cálida.

Nos densos bosques do meu sonho
És o cavaleiro de espada brilhante
Quando o Sol se deita risonho
Em lençóis de ouro e diamante.

Por esse teu ninho de ternura
Tomara eu adormecer novamente
Respirar de teu hálito a doçura
E entrelaçar-me em ti como amante!

AMARGO AMOR

A maré do amor morreu,

Mareada, na murada,

Da morada melancólica,

De Maria, abandonada.

 

'Margamente maltratada,

A Maria amargurada,

Marulhou em mar de lágrimas,

Maremoto abrutalhada.

 

Tempestade impetuosa,

Massacrou pobre Maria,

Que no mar morto do amor,

Se esqueceu da maresia. 

Moça quente

Indo em diferentes lugares com uma unica certeza, procurar esquecer, eu tinha muitas lembranças e como qual quer outra pessoa era dificil de esquecer, mas você erá inevitavel, uma linda flor que eu encontrava em meu caminho já era motivo de lembrança, tenho correntezas de sonhos e em todos você faz parte, não entendo que rumo essa historia está levando.

Andando para longe

Em chamas durante tempos ruim.
Em minha cabeça,e meu corpo sinto o queimar.
De alguns atós que cometi contra você
Visão do inferno agora tenho.

Uma certa dor que queima, chego ah suar
Não tenho com quem conversar e nem que falar.
O mal vem me consumindo aos poucos.
E venho devagar ah sentir o ódio.

Longe em plena Riviera francesa.
Em alguns castelos alemãs.
E até no oceano atlântico.
Passando pelo pacifico.

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