Geral

O peso da leveza

Para que serve o amor

Se é inimigo do tempo

E é levado com o vento

Regressando em forma de dor?

 

Para quê provar a felicidade,

Que adoça a alma, aquece o coração,

Se esta desaparece com a idade

E nos invade de desilusão?

 

Por que nos entregamos a alguém,

E vivemos a intensa aventura

De mais tarde não sermos ninguém?

 

Por que é que o tempo traz a tristeza

Do que antes foi a plena loucura

E agora é a pesada leveza?

 

As contrariedades da Vida

A vida é uma redoma de decisões,

Uma rotunda de contrariedades,

Uma aprendizagem de lições,

De escolhas, de realidades.

 

A luta para nos mantermos equilibrados,

Nas rasteiras colocadas pela vida

Deixa-nos por vezes encurralados

No labirinto da inércia sentida.

 

O fortalecer de um espirito, de um ser

Não é tarefa atingível

Para quem não aprendeu como viver…

 

E isso não se ensina, não se aprende,

Vivemos apenas noutro nível,

Ao qual o reerguer se depreende.

O Pesar

Os sinos soam ao ritmo caraterístico do momento.

Ouvem-se cânticos tristemente arrastados

Pela controversa liberdade do vento,

Conversora da Dor em soluços abafados.

 

O Luto dirige-se para o jardim

Das flores alvas e petrificadas,

Onde encontrará o eterno Fim

Das almas para sempre recordadas.

 

Os Céus de Dor carregados

Soltam lágrimas abraçadas

Aos rostos destroçados.

 

A gaivota assiste à revolta do Mar

E grita pelas almas mergulhadas

No eterno labirinto do Pesar...

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