Geral

Só se fala pouco
Quando se tem tudo a dizer.
Quando a frase é curta,
Mas o caminho dela é longo.

Eu queria escrever o poema
Mais fantástico do mundo.
Irar o leitor para todo sempre
Só pra inflar meu ego frágil.

Eu odeio o conhecimento.

Maldita Eva saciadora da fome,
O fruto mais amargo: a promiscuidade.
Promíscua porque traiu o senhor.
Provou o que não deveria,
Pois agora, a humanidade se nauseia.
Vomita contradições do entendimento,
Somos regurgitos de ideias difusas.
Certo, errado, bem e mal, bonito e feio;
Todo conhecimento é um veneno,
Nossa cauda é o chocalho da cascavel
E as presas, são os livros.

reler a luz

provisória dos esboços

como se apura

o pus

nas feridas das trevas

-paisagens difíceis

entre cipós revoltos

(como ninho de najas)

a confundir

o mérito desses versos

com incontestes

desvios de rumo

em que o poeta

se supera e retoma

o mérito

de não recuar

à sua pretensão

de esteta de palavras

e pacato artesão  

No dia em que eu nasci 

O mundo não parou 

O mundo nunca para 

No dia em que eu nasci

Foi feriado 

Não nevou 

Nem fez calor 

Só o meu coração roto aqueceu o coração da minha mãe 

No dia em que eu nasci

Não nasci só

Nasceu uma mae, o medo e a coragem 

Desde esse dia, sei que não estou sozinha