CARIDADE
Autor: Bulhão Pato on Sunday, 13 January 2013
O coração dos homens com a idade,
A pouco e pouco, vae arrefecendo...
Quão diversos me vão apparecendo
Do que eram ao abrir da mocidade!
O sorrizo não tem já lealdade,
Lagrimas são difficeis... não as tendo.
Palavras não vos faltam, estou vendo
Mostrar o que sentis só por vaidade.
Já não me illude, a Gloria que sonhei.
Perdi a fé em tudo quanto amei.
Mas só agora, eu sei o que é viver!
Sinto
À direita a aurora de verão desperta as folhas e os vapores e os ruídos deste canto do parque, e as encostas à esquerda retêm em sua sombra violeta os mil rastros rápidos da trilha úmida. Desfile de feitiços. De fato: carros carregados de animais de madeira dourada, de mastros e telas de cores berrantes, no grande galope de vinte cavalos de circo malhados, e os meninos, e os homens sobre seus mais incríveis animais; — vinte veículos, corcundas, com bandeiras e flores como as carroças antigas ou dos conto de fadas, cheias de crianças enfeitadas para uma pastoral suburbana.
Para os corações puros tudo é puro.
S. Paulo a Tito.
I
CHEGADA
A SULAMENSE
--Tomára já ter o gosto
De o sentir beijar-me o rosto!
CORO DE VIRGENS
--E onde ha mulher que te exceda?
Só esse collo embebeda.
O aroma que elle exhala,
Nenhum balsamo o iguala.
2.º CORO
--O teu nome, fallar n'elle,
Só fallar n'elle é tão dôce
Como se um oleo nos fosse
Escorrendo pela pelle.
SALOMÃO