Carne
Autor: Reginaldo sousa on Tuesday, 13 February 2018Poderia buscar algo que nos faça entender ,somos apenas dois seres em plena noite paulistana
Poderia buscar algo que nos faça entender ,somos apenas dois seres em plena noite paulistana
Do alto de uma miragem avistei o rasto do sol a beijar o mar, momento de ternura extrema porque delicado e elegante. Mar e sol, dois elementos essenciais à vida que se quer em plena comunhão com a natureza. Nesse momento digno de registo tudo parou e o mundo transformou-se, do dia se fez noite e tudo foi absorvido por um enorme manto negro sedoso pejado de pequenos pontos de luz brilhantes.
Num instante intangível, quero saber do que foi de ti. Ainda que a vida te tenha levado para longe e que os caminhos de volta sejam sinuosos, difíceis. Não quero saber de nós, quero que vás mas que queiras voltar, sem as amarras do tempo e do espaço.
Ganhou anos de vida no momento em que os seus olhos se colocaram nos dele.
O azul do céu estava ali presente novamente, depois de tantos tantos anos.
Queria compor uma música, a música dos deuses. Estar alheada do mundo e abrigada no seu abraço caloroso. Não queria sentir nada que não fosse dela, queria apenas voltar à realidade do sonho, onde queria permanecer num instante eterno.
Depois do dia louco de confusão urbana
Aí onde tu estavas aconteceu o abraço,
onde coubemos os dois e as nossas almas leves como penas
leves como pequenas gotas de orvalho que se formam em pétalas de flores raras
Depois aventurei-me a sentir-me em ti
Senti-te na imprevisibilidade da vida,
Assim que chego ao final a última página rasga-se em mil pedaços,
que cobrem a superfície da terra com o que de mim contêm e toda a terra fica a saber de ti...
O teu ser é inundado por esses pedaços de mim, que te elevam até ao firmamento.