Prosa Poética

Apaixonada

Apaixonada
 
Pra quê medir a extensão do nada
se apenas temos em nós cada preposição 
de tantas palavra meigas
na justa medida
em cada comedida lágrima contida
neste manifesto quase profano
onde me concretizo
feliz contudo neste propósito da vida 
calculado entre milhões de minutos
de números anónimos,segundos perdidos
torcidos em brados inconfundíveis
multiplicados pelas preces ajustadas

Óh!

Preciso fugir de tudo isto

Há muito que as decepções

me perseguem.

Há dias cheios de cores

E muitos perdidos 

na bruma do esquecimento.

Enegrecidos pela escuridão maldosa.

Houve um tempo em que tudo importava.

 Na busca pela perfeição.

E eu vejo tudo agora

Tão imperfeito!

Esta busca sempre, causou-me aflição.

Preciso fugir desta cidade fantasma

Que mora aqui dentro de mim.

Muits vezes ela machuca.

E tenho medo vir a ser

Mais um na solidão.

Preciso entender esta vida.

Reconciliação

Reconciliação
 
Reconciliamos hoje todo
o compromisso com Deus 
deixemos verter nossa Fé tamanha,
pelas ruas silenciosas da meiga esperança
mesmo que tantas vezes penosa
mas outras , quantas,movendo montanhas
e o coração sabe...que na força e no encanto
das palavras leigas
ainda podemos intimar este desígnio
imenso numa jornada transcendente
onde redimimos na hora concludente
o que vai raiando entre tantos dias

Perpétua solidão

Perpétua solidão
 
Partindo hoje daqui
abeiro-me de mansinho
da inércia resoluta
que nos braços teus 
encobre
tantos ternos olhares 
de alegria quase voraz
sinto-o hoje como doces apaixonados cantares
compelindo-nos de verdade
a bordo desta serenidade indiferente
como sabores da terra
que em nós se planta genuinamente
enriquecendo os oceanos
sempre navegados

Sede de viver

Sede de viver
 
Quantas solidões teremos que sofrer 
e depois sair de mãos dadas 
com a esperança infinita
por cumprir na íntegra,
motivada e rendida 
nesta plenitude de tempo
que nos sacia e redime
qual sede de viver e amar;
assim percorro minha apatia erudita 
nesta imensa paisagem perfeita
encobrindo o delicado e esbelto verso meu
mil vezes repetido, 
tantas vezes ousado
à tua espreita

Guardador da chuva

Guardador da chuva...
 
Neste meu pequeno mundo
deixei-me de ser necessário
parti rumo ao país
das belezas surpreendentes
de onde sou oriundo
precário e sem antídotos
assim precinto
o tacto carente das palavras
obstinadas
tão difíceis e incoerentes
que se perdem gentilmente fecundas
na fímbria da infinita
exaustão em que me perdi
por mim e por tantos;

À luz da luz

À luz da luz
 
Podemos sim
todos caminhar 
à beira do gotejar
tão intenso como a maré fresca 
e bravia das grande ventanias
que me assolam o espaço da alma
onde a minha contida ausência
por fim desliza fiel e casta 
entre este sopro de cada vida
e a pura elegância das nossas inconfidências
Podemos sim
sem dissidências nas palavras
sem malícias ou desculpas
emprestar à essência da vida

O passado... passou

O passado...passou 
 
Queres ser o meu abrigo na tempestade
queres combater a maldade dos homens?
Ousa-me,
sente-me delicia-me
com beijos que a tua Terra plantou
no seio do húmus amado
para que juntos lá cheguemos precisos
no alento dos ventos concisos
ao secreto mundo 
exaltando nossas vidas;
assim naveguemos pela brisa fresca que
nos impele até ao exílio da pátria amada
num sentimento

Sequiosa Sensibilidade

Sequiosa sensibilidade

 

 

 

Suave é o desejo ... que me acorda pela manhã

Dócil e carinhosa, vem a mão aveludada da alvorada

Um raio de pontos luminescentes

Vem aquecer um coração que bate impetuosamente

Vou agarrar a minha caneta

...esse desejo...de escrever o que tenho dentro

 

 

Sagaz é minha alma e minha caneta

Que não deixa envelhecer as palavras

Que,  quotidianas invadem a tua tez branca

Tatuadas , eloquentes , desbravadas

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