Prosa Poética

Sequiosa Sensibilidade

Sequiosa sensibilidade

 

 

 

Suave é o desejo ... que me acorda pela manhã

Dócil e carinhosa, vem a mão aveludada da alvorada

Um raio de pontos luminescentes

Vem aquecer um coração que bate impetuosamente

Vou agarrar a minha caneta

...esse desejo...de escrever o que tenho dentro

 

 

Sagaz é minha alma e minha caneta

Que não deixa envelhecer as palavras

Que,  quotidianas invadem a tua tez branca

Tatuadas , eloquentes , desbravadas

Utopia

Utopia
 
Caminho só 
repetindo sempre a mesma fé, 
quando alimento minhas histórias
perdidas e solitárias 
entre dois cálices de poesia
sei o que requer
este lirismo absurdo, ingénuo e tão frágil
que muitas vezes nem o coração mais sabe
onde encontrar meus heróis...já se foram...
procuro agora recomeçar, mas encontro o fim de tudo
ou de nada...
e nem quem me abrace tão forte

Pelo canto dos silêncios

Pelo canto dos silêncios
 
Permaneci quieto
em silêncios
deportei até a alma
rumo ao abrigo
onde curo 
minhas dores
temores e lamentos desassossegados
Recostei-me neste dia
à beirinha deste poente
que ainda me permite aquecer
sem demoras
à luz doce e frágil
de uma estrela sem rumo
desafortunada
algemada em gestos e palavras
emudecidas na lonjura dos dias

Lamentar Tortuoso

Tenebrosa esta tempestade,
sacudida por graciosas ondas.
Voluptuosas cristas espumadas,
gracejam o céu irrequieto.
Privado da inocência,
nebuloso e sem consciência,
Amor, sinto-me privado,
do teu calor, já acabado.
Sonolento, vagabundo,
golpeado, injuriado.
Oh fortuito lamentar
vieste para ficar.

Seu sorriso

Seu sorriso 
 
Sabem,
afinal eu sempre me amparo
no sorriso dela,
desbravo-me na inércia do tempo
quando estou a salvo
repleto nos ventos de feição
eu me descubro e me guardo
e de costume até me modelo
em tudo o que sou
quando tudo o que dou
é até às vezes, um raio de sol
que por mim se aventurou;
 
Quando quero
passo,posso e dito as regras
em minha poesia

O que nos devora...

O que nos devora...
 
Às vezes apetece-me mesmo 
fechar os olhos
e sair por aí
deixar-me consumir como o restolho
sentindo que tudo é passageiro
até a solidão onde me recolho
preparando-me hoje 
mais que confinado
às bermas de uma enorme tempestade
recostada neste cântico sentido
sem nunca ter outro motivo
que não seja estar aqui
ser aguerrido, como outrora

O ser livre

O ser livre - aos amigos
 
À noite quando me deito
solitário e desencantado
entre um mundo
repleto de realidades virtuais
rogo à beira de árvore plantada
uma réstia de sombra 
na sombra Divina 
que me conceda entender
uma pouco mais o ser livre
que somos 
entre gomos de poesia
acorrentados nesta ortografia
singela de coreografias
apesar de envelhecida nas fadigas

Passagem do tempo

Passagem do tempo
 
É apenas assim
quando estou a salvo
que me descubro e me guardo
eu tudo cobro
por um punhado de silêncios
enfim me modelo e até
de certo modo
eu dou tudo o que sou,
gradualmente
eu dito delicadamente a fé em minha poesia
neste imenso mar que jaz em agonia
onde tudo ali fica escrito num manuscrito
que por cortesia
de um ouvido atento

Metamorfose ao acordar

Metamorfose ao acordar

 

 

Vem conhecer um ser confuso

Que rasga folhas á longos anos

E que por mais que escreva nunca se sacia

Busco palavras nas avenidas do mundo

Busco palavras no meu poço fundo

Não sou o que esperaram de mim

Não serei o que sempre quis ser

Não tenho espaço, nem tempo

Para mudar o que sempre quis ser

Os defeitos que tenho ... já não são defeitos

São apenas o que sou

Perdoem-me por ser confuso e ter procurado toda a vida

Idade pra ser feliz

Idade pra ser feliz
 
Marcam-se as épocas
definem-se as eras
atravessamos desertos imensos na vida
planeando na fase da idade dourada
o ser que somos
apaixonadamente íntegros
reverenc iando os prazeres castos
sem preconceitos adquiridos,
apenas iluminando nossas
semelhanças entregues aos sabores 
de todos os amores 
sem cobardias nem pudores;
Estamos na idade de ser felizes

Pages