DIÁLOGO COM O MAR
Autor: Madalena on Friday, 2 May 201440 DIÁLOGO COM O MAR
- Mar tenho algo a lhe dizer...
- Tenho um amor maior que você!
- Mas, essas muitas águas não poderão afoga-lo.
- Mar, esse mundo aguado...
- Não mataria meu amor afogado.
40 DIÁLOGO COM O MAR
- Mar tenho algo a lhe dizer...
- Tenho um amor maior que você!
- Mas, essas muitas águas não poderão afoga-lo.
- Mar, esse mundo aguado...
- Não mataria meu amor afogado.
Há um Sol que tem a silhueta do meu nome,
Há uma estrela suspensa que tem o limite do meu brilho,
Há uma Lua que tem a cor do meu silêncio,
Há um mar que tem o depósito das minhas forças,
Há um vento que tem o sopro dos meus beijos,
Há um deserto que tem a multiplicidade do meu Amor,
Há em mim um destino que grava o teu nome.
Gila Moreira 25/04/2014
O infinito pesa na boca
A partir de todas as vogais
Em que nada ferve senão a ânsia
de beijar-te.
Vem depois de tanto nada
Colherei as flores da vertigem para sempre
Se
As mãos tiverem o grito exacto do tacto íntimo.
Vem as pétalas que regem a origem da ternura
Também as conchas vem depois das luas trabalhar o mar
Depois vem nascente e realiza a montanha
Depois de tudo
Corpo Vivo (1962) é um instigante romance regional do escritor baiano Adonias Filho, que me causou grande impressão. Assim sendo, compus estes versos (em 1990) baseado no enredo, extraindo os ápices da trama que se desenrola no insólito sertão do sul da Bahia.
Compartilho com os amigos. Apreciem e se gostarem, comentem.
Meu avô

Ouve-se a harpa intocável da poesia Outonal
inclinada para o nada,
tenho saudades de nós,
da nossa primavera naquele banco distante.
Meus pássaros batem as asas
contra O milagre que tarda,
precisam dos teus ombros para repousar,
há tanto dentro para viver
e os meus pássaros teimam morder as cordas,
as fibras e os nervos toda a hora.
Dois corações famintos morrem
No ar que inspiro,
quero a tua boca em fogo que amanha o grito,
minha boca na tua boca sorva as sílabas
até ao silêncio da sombra desta escrita.
Sacia a fome e a sede neste livro
de alma inquieta,
percorre o próximo instante
por entre as flores do olhar roubado
que leva o silêncio à boca.
Nesta ondulação vaga de olhares,
a ante-manhã transparente,